A Kantar divulgou esta semana os dados do estudo Shopper Insight realizado com a parceria da Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca – onde se consegue perceber que, fruto da conjuntura atual, a frequência com que os portugueses vão às compras aumentou 4% de 2021 para 2022, mas, apesar deste facto, o volume médio de cada carrinho de compras diminuiu 13,2% no mesmo período.
De acordo com o noticiado em comunicado enviado às redações, em 2022, o gasto médio em cada ida às compras, contudo, registou uma subida de 5,1% em relação ao momento pré-pandemia (2018), mas quando comparado com números de 2021, desceu 5,5%.
Assim, de acordo com a leitura do dados, nota-se que a inflação estará a impedir “o regresso dos padrões de compra dos portugueses a valores do pré‑pandemia”, sendo que, neste momento, “60% das categorias de produtos de grande consumo registaram quedas no volume de compras entre 2021 e 2022, mas 15% ganharam ocasiões de compra no mesmo período”. Desta forma, com a inflação, a tendência de ir mais vezes às compras, comprando menos em cada ida ao supermercado, aprofundou‑se.
“O estudo “Shopper Insights” da Kantar mostra ainda que os portugueses valorizam as marcas de fabricante (MDF). Mesmo nos discounters, como o Minipreço, LIDL e Aldi, estas marcas entram em praticamente 8 em cada 10 carrinhos de compras. Em 2022, os consumidores que encheram carrinhos exclusivamente com marcas de distribuidor (MDD, vulgo, marcas próprias) fizeram-no 26 vezes. Já os que escolheram exclusivamente MDF foram consumidores mais frequentes, com 32 idas às compras”, explica-se em comunicado.
O consumo está em constante mudança, sendo preciso compreender, cada vez mais, o papel da inovação, o desenvolvimento dos novos espaços de consumo, as motivações e os benefícios procurados pelos consumidores”, refere Marta Santos, Clients and Anaçytics Director da Kantar em Portugal. “Há ainda potencial de recrutamento, dentro e fora dos clientes atuais, sendo essencial conhecer bem as necessidades de diferentes grupos de consumidores para manter relevantes as categorias e as marcas no momento de compra”.

Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca
Comentário Centromarca
Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca reconhece que “há uma transferência de uma parcela significativa do consumo para as marcas próprias dos retalhistas, muito por força do crescimento dos retalhistas que disponibilizam ao consumidor um sortido muito fortemente constituído pelas suas próprias marcas”. Ainda assim, há pistas positivas a retirar: “A inovação relevante, a conveniência e mesmo a indulgência continuam a ter um espaço significativo nas escolhas do portugueses. Esse é um território privilegiado de investimento das marcas de fabricante, que são fundamentais na geração de frequência e de exclusividade e na captação de valor em todos os retalhistas, independentemente da sua tipologia”.
Dados em destaque:
- Inflação impede o regresso dos padrões de compra a valores do pré-pandemia.
- 6 em cada 10 categorias de produtos registam quedas no volume de compras entre 2021 e 2022.
- Consumidores valorizam produtos inovadores e que comunicam claramente a sua relevância e os seus benefícios.