De 2 de julho a 31 de dezembro de 2019, as 10 lojas da Mercadona faturaram um total de mais de 32 milhões de euros, segundo informação avançada hoje pela companhia liderada por Juan Roig, em Valência (Espanha).
O maior retalhista alimentar espanhol, cujo processo de internacionalização se deu, precisamente, pela entrada em Portugal, refere que o investimento no nosso país ultrapassou, desde o anúncio oficial a 23 de junho de 2016, os 220 milhões de euros, sendo que 150 milhões foram investido em 2019, tendo tido como destino a abertura das lojas, a aquisição de novos terrenos e o arranque do Bloco Logístico da Póvoa de Varzim, entre outros.
Este investimento global faz com que a Irmãdona – empresa portuguesa que detém a operação no nosso país – empregue 900 colaboradores e exerça a sua atividade em colaboração com 300 fornecedores portugueses, tendo a empresa contribuído com 11 milhões de euros pagos em impostos para os cofres do Estado.
A estratégia de desenvolvimento da Mercadona foi, igualmente, lançada na conferência de imprensa, revelando a companhia que “vai continuar a promover o seu plano de transformação até 2023”, planeando investir, para esse fim, 1.800 milhões de euros em 2020, que serão utilizados principalmente para abrir novos supermercados (69 em Espanha e 10 em Portugal), renovar 160 supermercados para adaptá-los ao Novo Modelo de Loja Eficiente (Loja 8), continuar a desenvolver o Projeto Frescos Global e implementar a nova secção “Pronto a Comer” em mais 460 supermercados ao longo do ano.
Além disso, a Mercadona pretende continuar a “fortalecer e a otimizar” a sua rede logística com a renovação e abertura de novos blocos logísticos e irá continuar a dedicar “recursos significativos à transformação digital”, outro dos desafios da empresa, e à abertura de um novo armazém online (Colmeia) em Getafe (Madrid). Para todos estes projetos, a empresa criará mais de 2.000 empregos, em 2020, entre Espanha e Portugal.
Quanto à atividade da Mercadona, em 2019, o retalhista espanhol ultrapassou, pela primeira vez, os 25 mil milhões de euros em vendas, correspondendo a uma subida de 5% face aos 24,3 mil milhões atingidos no ano anterior. Os 25.500 milhões de euros são, assim, divididos entre as vendas de 25.468 milhões em Espanha e os 32 milhões de euros de Portugal, verificando-se, assim, que a evolução total das vendas, em Espanha, foi de 1.163 milhões de euros.
Durante esses 12 meses, a Mercadona abriu 46 supermercados, dos quais 10 em Portugal, e encerrou 46 lojas que, devido às suas características, não podiam ser ajustadas ao novo modelo mais eficiente e sustentável, finalizando o ano com um total de 1.636 supermercados. Ao longo de 2019, a companhia valenciana deu continuidade ao processo de renovação da sua rede de supermercados e fechou o ano com 800 supermercados com o Novo Modelo de Loja Eficiente (Loja 8), depois da renovação de 351 lojas, integrando, ao mesmo tempo, a estratégia de Frescos Global em mais de 1.300 supermercados.
“Neste processo de adaptação constante às necessidades dos clientes”, a Mercadona destaca os 319 supermercados, entre os quais todas as lojas de Portugal, que passaram a incluir a nova secção “Pronto a Comer”.
Quanto ao lucro total gerado pela companhia, este superou em 32 milhões de euros o lucro atingido em 2018, totalizando 1.245 mil milhões de euros, sendo que, como vem sendo hábito, a Mercadona irá distribuir 340 milhões de euros (mais 15 milhões do que no ano anterior) pelos colaboradores. Desta forma, o lucro líquido da Mercadona totaliza os 623 milhões de euros, correspondendo a um aumento de 5% face aos 593 milhões de euros do ano 2018.
No que diz respeito à política de sustentabilidade da Mercadona, a companhia o “compromisso com a defesa do meio ambiente”, através da incorporação de medidas para produzir de forma sustentável e alcançar um impacto ambiental mais positivo, o que implicou um investimento de 44 milhões de euros em 2019.
De acordo com a Mercadona, os esforços estão centrados na logística sustentável, eficiência energética, gestão de resíduos e redução do plástico. Seguindo a ideia deixada por Juan Roig – “dizer sim a cuidar mais do Planeta” – a companhia traçou chegar a 2025 com três objetivos cumpridos: (i) reduzir 25% do plástico nas embalagens de marca própria (eliminando o que não acrescenta valor, incorporando material reciclado, etc.); (ii) que todas essas embalagens sejam recicláveis ou compostáveis; e (iii) que a empresa, que atualmente separa e envia para reciclar mais de 70% de todos os resíduos plásticos que gera, alcance os 100% no mesmo horizonte temporal, evitando que esses resíduos se convertam em desperdício.