A Jerónimo Martins, empresa detentora, entre outras, da marca Pingo Doce, anunciou esta quarta-feira os resultados para o primeiro trimestre de operações em termos globais.
Segundo o explicado, o resultado líquido do grupo cresceu para 140 milhões de euros nos três primeiros meses de 2023, um resultado que exprime uma subida dos lucros de 59,1%, face aos 88 milhões registados no mesmo período em 2022.
Porém, e apesar do bom resultado, lembra a empresa que a sua margem de EBITDA ficou em 6,6%, um valor que decresce em comparação com os 6,7% registados no ano passado. O EBITDA aumentou 20,1%, para 446 milhões de euros, enquanto as vendas cresceram 23,4%, para 6,8 mil milhões.
“Tal como antecipado, e refletindo a pressão sobre a margem bruta exercida pelo investimento em preço realizado por todas as insígnias de retalho alimentar, a margem EBITDA do grupo caiu”, lê-se no comunicado.
Com um crescimento em todos os países onde opera, a retalhista de origem portuguesa lembra que a Polónia foi o mercado mais desafiante. “Na Polónia, a Biedronka aumentou volumes e mitigou o impacto sobre o seu crescimento Like-for-Like da substituição por produtos de menor preço”.
Já “em Portugal e na Colômbia, o Pingo Doce e a Ara registaram aumentos nas vendas do mesmo parque de lojas apesar da aceleração do ‘trade-down’ no trimestre ter impactado as respetivas taxas de crescimento”, explica-se.
Pingo Doce também cresce, mas abaixo do grupo
No que diz respeito à sua operação em Portugal, notifica a Jerónimo Martins, que o Pingo Doce “manteve o investimento em promoções fortes e relevantes para os consumidores”, com as vendas a crescerem 9,4%, representando já 1,1 mil milhões de euros. Em termos de aberturas, no primeiro trimestre, o parque de lojas do Pingo Doce viu apenas surgirem duas novas lojas, tendo um total de 7 sido alvo de remodelações.
O EBITDA dos dois negócios mantidos em Portugal, Pingo Doce e Recheio, foi de 77 milhões de euros, 13,5% superior ao período homólogo, com “a respetiva margem a fixar-se nos 5,6%, em linha com o primeiro trimestre de 2022”.
O comentário de Pedro Soares dos Santos
“A inflação alimentar mantém-se alta nos três países onde operamos e continua a pressionar a confiança do consumidor e o poder de compra das famílias. A determinação da nossa aposta em investir em preço assume por isso um papel chave no reforço das nossas posições de mercado”, começou por referir o máximo responsável do grupo.
“Os resultados dos primeiros três meses do ano confirmam a força operacional e competitiva das nossas insígnias, que mostram grande capacidade de leitura da envolvente e a flexibilidade necessária para ajustar as suas propostas às necessidades dos consumidores. Embora, o ambiente de consumo evidencie sinais de deterioração, principalmente na Colômbia, a sua evolução dependerá da trajetória da inflação alimentar, dos preços da energia e dos combustíveis, e do comportamento das taxas de juro”, considera ainda o presidente da Jerónimo Martins.
“Continuaremos, como até aqui, comprometidos com ser uma força anti-inflacionária e absorver parte da pressão do aumento dos preços sobre os consumidores, ao mesmo tempo que trabalhamos para concretizar a nossa visão de longo prazo, implementando o programa de investimentos desenhado”, sintetiza.