De acordo com a imprensa em Espanha, o grupo Dia está a finalizar os detalhes do plano estratégico com o objetivo de reavivar os negócios e voltar a crescer. Um dos pontos-chave passa pela melhoria e atualização do parque de lojas, começando com os 5.500 pontos de venda que tem em Espanha e Portugal. Segundo avançam fontes do grupo, citado pelo El Economista, “a ideia é investir 1.000 milhões nos próximos cinco anos para torná-las muito mais atrativas”, impulsionando todos os formatos.
De referir que esta semana o grupo apresenta os resultados do último exercício de 2018, indicando-se que, no último trimestre do ano passado, o grupo remodelou 94 lojas na Península Ibérica, acumulando um total de 997 lojas melhoradas nos primeiros nove meses do ano, num processo que será progressivo.
Ao que tudo indica, o financiamento será efetuado com capitais próprios, revelando a imprensa de “nuestros hermanos” que “não se trata apenas de um, mas de uma transformação muito mais profunda, que inclui também uma renovação da marca própria”.
Recorde-se que no final de setembro de 2018, a Dia operava um total de 7.429 lojas, mais 39 que em 2017, entre Espanha, Portugal, Brasil e Argentina. Deste total, 3.745 eram lojas franqueadas e as restantes, propriedade própria.
De referir que, segundo o El Economista, cinco das 12 casas de análise que realizam a cobertura da empresa acreditam que o grupo Dia incorrerá em perdas entre 4 milhões e 54 milhões.
O mercado prevê um lucro operacional (EBITDA) de cerca de 340 milhões de euros, em 2019 e 2020; 10 milhões abaixo do mínimo estimado pelo Dia, num intervalo que vai dos 350 milhões e 400 milhões de euros.
Em todo o caso, para poder realizar todos os investimentos previstos e garantir a sua viabilidade, o grupo Dia precisa de realizar o aumento de capital de 600 milhões de euros já em desenvolvimento e que está em risco perante os obstáculos que o principal acionista (Mijail Fridman, proprietário de 29%).
Caso o aumento de capital não seja realizado, os analistas apontam para a possibilidade do grupo Dia ser obrigado a abrir falência e refazer todo o seu plano estratégico.
Segundo fontes do mercado, “a declaração de insolvência seria a única saída possível, tendo em conta que após o registo de imparidades contabilísticas no valor total de 294 milhões de euros, e na ausência de divulgação dos resultados de 2018, a empresa encerrou o último exercício com fundos próprios negativos”, refere o El Economista.