A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) fez chegar às redações poucas horas depois do anúncio do “aumento brutal de impostos” anunciado ontem, dia 3 de outubro, pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, um comunicado expressar a sua “ profunda preocupação pelo impacto que as novas medidas terão sobre o consumo interno”. A APED indica inda
A APED lamenta ainda “que não tenha sido anunciada nenhuma medida de incentivo à recuperação económica. A consolidação das contas públicas é fundamental, mas sem incentivo ao consumo não haverá crescimento económico capaz de retirar Portugal da grave situação em que se encontra.
Por sua vez, a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), também em comunicado indicou estranhar que “estejam a ser apresentados isoladamente aspetos fiscais que se enquadram no Orçamento de Estado para 2013, ignorando por completo políticas viradas para o crescimento e a importância de inverter o clima de pessimismo que percorre a sociedade portuguesa”.
A CCP indica ainda que “a reanimação da atividade económica não pode ignorar o contributo das empresas que vivem, predominantemente, do mercado interno. A persistir esta orientação é previsível a continuação do encerramento maciço de empresas que levará necessariamente ao aumento do desemprego e consequentemente das despesas sociais, agravando o défice orçamental e obstaculizando à recuperação da economia.
“Medidas draconianas”
Por sua vez, a Confederação de Serviços de Portugal através do seu presidente Luís Reis, considerou que as medidas “vão afetar de forma brutal” o consumo privado e ter um efeito recessivo sobre a economia. O responsável, em declarações ao Diário de Notícias, indicou que este é o “”maior e mais draconiano ataque à economia portuguesa de que há memória”.
A Confederação “sublinha que o Governo não anunciou uma única medida concreta de redução da despesa do Estado, reforçando o peso relativo que o lado da receita possui no esforço de consolidação orçamental, o que é altamente negativo”. Para Luís Reis, “a recuperação económica ficará, desta forma, ainda mais comprometida”.
Apelo a medidas compensatórias
Já a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) indica que apesar de avaliar positivamente o esforço desenvolvido pelo Governo no sentido de reduzir a despesa pública e regista o compromisso de discutir com os parceiros sociais as medidas necessárias para, sem perder de vista os objetivos da consolidação orçamental, promover o aumento da competitividade e do emprego.
Mas indica que, tais medidas, “se não forem compensadas com outras que permitam o reforço da competitividade das empresas e a manutenção e criação de emprego, determinarão apenas uma nova diminuição do rendimento disponível e do consumo, com muito sensíveis efeitos recessivos”.