A fintech portuguesa ebankIT, considerada pela KPMG como um das “10 estrelas emergentes” no mercado global, está a crescer e muda-se em breve para o Porto Office Park (POP) para um escritório que deverá acolher os novos colaboradores que a companhia começou recentemente a recrutar. Em entrevista ao SmartPayments News, Renato Oliveira, CEO da ebankIT, faz um balanço dos primeiros anos de atividade da empresa e explica porque é cada vez mais importante criar uma experiência de cliente agradável, rápida e cómoda.
Que balanço fazem dos primeiros 6 anos de atividade?
O balanço é muito positivo. A ebankIT foi criada por um grupo de especialistas do setor financeiro com grande experiência em projetos de transformação digital na banca. É a base do que somos hoje e do nosso produto, uma plataforma omnicanal para uma transformação digital de um banco ou credit union, englobando todos os canais e tendo o cliente final no centro do negócio digital.
Crescemos anualmente, não só no que diz respeito ao volume de negócio, mas também às áreas de atuação e nas geografias onde atuamos. Por exemplo, reforçando a nossa presença em mercados importantes como a América do Norte, onde já tínhamos parcerias com empresas integradoras de referência nos Estados Unidos da América e Canadá. Sentimos que ao longo destes seis anos fomos construindo diversas soluções inovadoras que melhoram, e muito, a experiência da utilização dos serviços prestados pelos nossos clientes. Todo este sucesso só é possível com uma equipa de excelência e, na ebankIT, temos uma equipa de profissionais excecionais, com vontade de inovar e de ir sempre ao encontro às necessidades dos clientes e do momento que vivemos.
Quantos colaboradores têm atualmente? Planeiam reforçar a equipa este ano?
Hoje, contamos com mais de 70 colaboradores e estamos num processo de contratação de mais 20 colaboradores até ao final do ano. Estamos neste momento à procura de profissionais de desenvolvimento de software como Mobile Developer e .NET Developer’s. Também estamos numa fase final de preparação de um novo escritório para a sede da empresa para o qual pretendemos mudar antes do final do verão.
Já foram considerados uma das “10 estrelas emergentes” no mercado global pela consultora KPMG. Que importância têm estes reconhecimentos?
Os reconhecimentos provam que o trabalho e esforço feito diariamente serve um propósito. Para além desse reconhecimento da parte da KPMG, de que muito nos orgulhamos e que nos ajudou na projeção global da marca ebankIT, fomos reconhecidos como um dos principais players na transformação digital e inovação de bancos e credit unions da Europa e do mercado norte-americano pela OVUM. Também recebemos o prémio BEST OF SHOW num dos maiores eventos internacionais para fintechs, a Finovate Fall 2019, em Nova Iorque. Este prémio distinguiu a robustez e a flexibilidade da plataforma omnicanal da ebankIT. Ambicionamos a excelência de estes e outros reconhecimentos. É o que nos motiva e dá mais força para continuar a criar, desenvolver e inovar.
O COVID-19 e o consequente confinamento poderão funcionar como um catalisador para a digitalização das empresas?
Sem dúvida. A realidade é que fomos, por força das circunstâncias, forçados a viver dois meses em que todos os processos tradicionais de negócio e de gestão foram efetuados por canais digitais, em que a maioria das empresas teve trabalhadores em regime de teletrabalho e tudo o que se fazia presencialmente passou a ser feito através de plataformas digitais. Se já havia uma procura pela performance digital, esta realidade que agora vivemos potencia obrigatoriamente a adoção mais alargada de canais digitais por parte das instituições financeiras que são o nosso mercado-alvo. Para a realidade da ebankIT já tínhamos todos os sistemas planeados para trabalho remoto dos nossos colaboradores, quer no acesso ao funcionamento da ebankIT quer na ligação aos clientes. Por outro lado os produtos que comercializamos no mercado são focalizados nos processos de transformação digital das instituições financeiras, capacitando os clientes das mesmas a efetuarem a maioria das operações financeiras de forma remota e fácil, pelo que sentimos que irá existir ainda mais necessidade das nossas soluções.
O Governo publicou recentemente a regulamentação para a criação de Zonas Livres Tecnológicas. Esta é uma boa notícia para as fintechs e para empresas como a vossa? Que oportunidades podem ser criadas com esta nova regulação?
É uma excelente notícia para as fintechs nacionais. Com estas ZLT, as empresas podem agora testar tecnologias inovadoras e disruptivas sem qualquer preocupação no que diz respeito à segurança e privacidade dos cidadãos. Vão começar a surgir ideias mais radicais porque agora existe um espaço onde é possível testar soluções em ambientes reais, delimitado e seguro para todos.
De que forma tecnologias como a automação, a realidade aumentada e a inteligência artificial podem criar valor para os serviços financeiros?
A evolução tecnológica não pára. Cada dia surge uma aplicação ou uma funcionalidade diferente que pode mudar completamente o paradigma atual. Podemos especular sobre a evolução dos serviços bancários daqui a uns anos, mas a realidade é que o foco será colocado, de forma crescente, na experiência do consumidor/cliente, com os canais digitais a ganhar a primazia, reservando-se para as situações mais complexas ou premium o relacionamento presencial. Como exemplo, é natural que a deslocação ao banco para abrir ou fechar uma conta passe a ser uma coisa do passado a breve trecho. As tecnologias que vão surgindo transformam e criam valor para os serviços financeiros porque oferecem segurança, qualidade e rapidez na resposta. Tudo o que tornar a experiência do cliente mais agradável, rápida e cómoda, e que permita libertar as equipas de operadores para a gestão da relação com os clientes, acrescenta valor e tem um elevado potencial de utilização e de transformação da tradicional atividade bancária.
Essa digitalização e automação de processos traz, obviamente, preocupações ao nível da segurança, sobretudo quando falamos de serviços financeiros, certo? Vamos poder auditar as decisões dos robots?
Sim, quando falamos da transformação digital nos serviços financeiros, a segurança transforma-se num dos principais focos de preocupação e atenção. Na ebankIT colocamos a segurança da plataforma e dos seus processos sempre em primeiro plano desde o seu desenvolvimento e deployment em todos os níveis da sua arquitetura.
Uma das áreas na qual mais têm apostado é a das soluções de onboarding. Quais as principais vantagens destas soluções?
Hoje, mais que nunca, é importante conseguir responder aos pedidos das pessoas de maneira simples e digital para garantir que desde o primeiro contacto ficam familiarizadas com a plataforma e que não desistem. A nossa aplicação mobile oferece uma interface simples e user friendly onde os potenciais clientes do banco podem criar uma conta digital ou subscreverem um novo produto bancário em simples passos sem nunca sair da aplicação. É um processo rápido e simples e se, por algum motivo, existir a necessidade de interromper, podem sempre voltar a qualquer momento sem perder qualquer informação já preenchida. A aplicação que os utilizadores estão a usar para a sua inscrição é a mesma que irão, no futuro, usar para qualquer serviço ou produto bancário, ficando assim ambientados a toda a sua interface.
A vossa solução Smart Assistant, que permite pesquisar movimentos bancários em smartphones e smartwatches através da voz, já foi adotada por muitas instituições?
O reconhecimento de voz tem vindo a crescer e torna-se cada vez mais uma nova maneira de interagirmos com o nosso banco através do smartphone e smartwatch e tem vindo a ser um dos campos de desenvolvimento em que a ebankIT tem reunido esforço para manter a qualidade e atualidade do seu serviço. Esta iniciativa de Smart Assistance insere-se na área de Pesquisa e Desenvolvimento que cria novas funcionalidades e modelos para apresentar aos nossos clientes, que lhes permite estar à frente da sua concorrência. Temos vários interesses de clientes nas funcionalidades de Smart Assistance que ainda não as lançaram para o público.