A procura por uma maior transparência e sustentabilidade no retalho continua a aumentar a um ritmo crescente. Esta situação está, em parte, a ser impulsionada pela proliferação de consumidores que desejam produtos que estejam alinhados com os seus valores e crenças pessoais. Por exemplo, a pesquisa da Daymon mostrou que mais de um terço dos consumidores da geração Millennial e da Geração X preferem comprar produtos sustentáveis.
Mas eles não estão sozinhos. São cada vez mais as empresas e líderes empresariais que também exigem mudanças. Por exemplo, no final de 2018, mais de 50 CEO de empresas líderes do setor – incluindo líderes globais de bens de consumo como a Unilever, a Heineken e a Maple Leaf Foods – divulgaram uma carta aberta comprometendo-se a reduzir as emissões de carbono e a aumentar a sustentabilidade, convidando outras pessoas a unirem-se a elas. Semelhantes questões foram debatidas no recente Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça.
Para satisfazer esta procura, os retalhista e fabricantes devem começar na origem: na rede de fornecedores. Felizmente, eles têm ajuda – várias inovações tecnológicas que prometem transparência, ao mesmo tempo que impulsionam os esforços de sustentabilidade.
Blockchain – um sistema de contabilidade digital altamente seguro que praticamente elimina fraudes – é uma tecnologia inovadora que vários retalhistas líderes já começaram a explorar para melhorar a transparência nas suas redes de fornecedores. Por exemplo, os retalhistas de supermercados multinacionais Auchan e Carrefour começaram a implementar esta tecnologia em mercados selecionados, em 2018, para melhorar a transparência de produtos como carne, frango e frutos cítricos. A tecnologia permite que os retalhistas – e os seus clientes, por meio de códigos QR na embalagem – acompanhem todo o ciclo de vida de um produto, do campo até à prateleira. Como os consumidores estão mais propensos a comprar itens sustentáveis, este aumento na transparência ajuda a promover práticas mais sustentáveis em toda a cadeia de produção.
A Inteligência Artificial (IA) é outra tecnologia que vários retalhistas estão a investigar. O Carrefour, por exemplo, está a testar esta tecnologia para ajudar a prever melhor as necessidades de stock, com o objetivo de reduzir o desperdício de alimentos. Enquanto isso, a cadeia de supermercados Waitrose & Partners, no Reino Unido, está a testar uma série de “farmbots”, com o objetivo de desenvolver um sistema de inteligência artificial que permitirá que os pequenos robôs cultivem de forma autónoma. Como os robôs são mais leves e mais eficientes que os equipamentos agrícolas tradicionais, o seu uso pode trazer benefícios ambientais significativos.
Em conclusão, esta priorização de transparência e sustentabilidade na rede de fornecedores é um pilar fundamental do sucesso na nova era do Clean Label. Já não é suficiente usar ingredientes simples ou fazer promessas “livres de”. Os consumidores de hoje esperam mais: ingredientes seguros e transparentes, produzidos de forma social, económica e ambientalmente responsável.