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Estudo GfK: mercado retalhista português cresce lentamente

Volume de negócios no retalho desacelerou em junho

Em Portugal o poder de compra dos portugueses cresceu lentamente (2,3%) face à média da UE28, com o valor per capita a atingir os 6.437 euros, devido à diminuição da taxa de desemprego, segundo estudo da GfK. O segmento do retalho representa 33,4% no consumo privado dos portugueses.

O estudo da GfK analisa o poder de compra, o segmento do retalho no total das despesas da população, a inflação, a provisão da área de vendas, bem como um prognóstico do volume de negócios para 2016, em 33 países da Europa.

 

Em 2015, a economia cresceu e o desemprego caiu na maioria dos países. Esta evolução reflete-se nos valores nominais do poder de compra que aumentaram 3,7%, em média, na União Europeia (UE), em comparação com o ano anterior. Isto permitiu que cada cidadão da UE tivesse disponível, em média, 15.948 euros para consumo, rendas, poupanças e contribuições para a reforma. No caso de Portugal, o poder de compra dos portugueses cresceu mais lentamente (2,3%) face à média da UE28, em 2015. No entanto, o poder de compra per capita cresceu para 6.437 euros, devido à diminuição da taxa de desemprego.

Prognóstico do Volume de Negócios para 2016

 

A solidificação do mercado do retalho que se iniciou o ano passado irá continuar em 2016. Para os países da UE-28 as previsões da GfK indicam um ligeiro abrandamento, com um crescimento de 1,1% (com base nos valores nominais, em euros). Haverá progressos especialmente positivos na Roménia (7,2%), bem como um aumento continuado nos Estados Bálticos (3,8% para 4,9%), que se aproximam gradualmente dos mercados mais maduros. Espera-se ainda boas dinâmicas nos retalhistas na Suécia (4,8%) e Espanha (3,7%). Em Portugal espera-se um volume de negócios de retalho estável (-0,3%).

O segmento do retalho no consumo privado

 

Em 2015, os consumidores europeus usufruíram de valores baixos no que diz respeito à energia e ao combustível, bem como a uma boa situação económica e a um aumento da riqueza privada em muitos dos países europeus analisados. Ainda assim, os principais beneficiários destas condições favoráveis foram outros setores que não o retalho. Consequentemente, a tendência descendente da taxa de retalho no consumo privado também continuou em 2015. A taxa média da UE-28 foi de 30,4%. Apesar dos consumidores terem mais dinheiro para compras, gastam esse dinheiro predominantemente em serviços, viagens e atividades recreativas, em vez de o aplicarem no mercado retalhista. Estes gastos traduzem-se em menos dinheiro disponível para o consumo no segmento do retalho. O segmento do retalho no consumo privado, em Portugal, no ano de 2015, representou 33,4%.

Inflação

 

Os preços pagos pelo consumidor mantiveram-se constantes em 2015. Esta é uma situação rara para a indústria e para o mercado retalhista, bem como para os consumidores. Em fevereiro de 2016, a Comissão Europeia previu um aumento nos preços para 2016, de 0,5%, impulsionado pelas políticas do banco central e pela recuperação económica. Mas as expetativas de inflação foram amortecidas pelos baixos preços das matérias-primas. Na verdade, em 2015, a deflação de preços ocorreu em muitos países europeus. Mas para 2016, a Comissão Europeia prevê a diminuição dos preços de consumo apenas na Eslovénia (-0,3%), Roménia (-0,2%), na Lituânia (-0,1%) e na Bulgária (-0,1%). Já em Portugal, a Inflação foi de 0,7%.

Provisão da Área de Vendas

A Área de Vendas da UE-28 cresceu 0,3% no último ano. Com uma área de vendas per capita de 1,17 m², verifica-se uma estagnação na UE-28 em comparação com 2014, devido ao ligeiro aumento do número de habitantes. Contudo, e apesar da difícil situação no mercado retalhista, Portugal aumentou a sua área de vendas per capita para 0,98 m², contrastando com os mercados retalhistas mais saturados como a Áustria (1,74 m²), Países Baixos (1,62 m²) e Suíça (1,49 m²). Já os mercados como a República Checa (1,03 m²), a Polónia (0,93 m²) e a Turquia (0,66 m²) oferecem um forte potencial de desenvolvimento para o mercado imobiliário de retalho. Em Portugal, a Provisão da Área de Vendas foi de 0,98 m² por habitante em 2015.

 

A Produtividade da área de Vendas

Durante o ano passado, a Produtividade da Área de Vendas na UE-28 aumentou 2,7%, para pouco menos de 4.200 euros por m² da área de vendas. Esta é uma boa notícia para o mercado do retalho estacionário, que consegue desta forma alcançar ganhos para os próximos dois anos, após vários anos com uma fraca performance. A dinâmica online desacelerou nos mercados mais maduros, e as lojas de retalho adaptaram-se gradualmente às novas condições, sendo que os retalhistas procuram soluções omnicanal.

Os valores de produtividade mais elevados da área de vendas são, tradicionalmente, no Norte Europeu, Suíça e Luxemburgo, por sua vez os valores mais baixos estão na Europa Oriental e do Sudeste. Contudo, verifica-se que os últimos países, acima referidos, estão continuamente a ganhar terreno. No caso de Portugal, verifica-se que, em 2015, a Produtividade da Área de Vendas foi de 3.880€/m².

 

“No geral, 2015 foi um bom ano para os consumidores europeus”, afirma Dr. Gerold Doplbauer, especialista em Retalho da GfK e autor do estudo. “A economia da União Europeia cresceu nominalmente em 4,7% e o desemprego caiu na maioria dos países. O consumo privado aumentou significativamente: As baixas taxas de juros conduziram a níveis de poupança pouco relevantes, levando a que muitos consumidores optassem por gastar o seu dinheiro, o que beneficiou o mercado retalhista. Mas verificam-se assimetrias entre as várias regiões da Europa e incertezas políticas e económicas a par dos desenvolvimentos positivos. Estes fatores continuam a ser vistos tendo em conta a disposição para investir das empresas europeias e o impacto causado crise de refugiados e pela ameaça terrorista na Europa nos consumidores, bem como as fraquezas económicas sentidas nas economias emergentes”.

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