A retração generalizada do consumo, a redução do valor médio do cabaz de compras, o aumento da quota das MDD, a procura das promoções, dos preços mais baixos e dos descontos mais vantajosos e a opção por lojas mais pequenas e mais próximas de casa, criam novas dinâmicas comerciais que condicionam as opções e decisões dos retalhistas.
Isto, aliado a um consumidor cada vez mais exigente, com menos tempo disponível, menos impulsivo, mais focado no preço e acima de tudo muito mais informado, obriga os retalhistas a delinear estratégias vencedoras e a apresentar ao mercado propostas inovadoras.
Com o cenário pouco animador de que não podemos esperar um crescimento económico para Portugal antes de 2013, temos de encontrar novas formas de abordagem e recentrar a atividade naquilo que pode gerar resultados e aumentar a competitividade.
Quando as condições mudam, temos de mudar de rumo e redefinir a nossa estratégia, se for o caso disso. Não podemos é andar à deriva, a rezar para que os clientes comprem e para que um dia as coisas melhorem.
Já não se trata apenas de conquistar quota de mercado ao nosso principal concorrente, mas sim de rentabilizar o nosso próprio negócio. Descer preços para acompanhar as vendas já não é a solução. Significa perda de valor e na atual conjuntura, os retalhistas veem-se obrigados a encontrar soluções geradoras de resultados, que acrescentem valor à sua marca.
Reconverter formatos de loja e repensar os formatos existentes concebendo ambientes comerciais mais atrativos, potenciadores de experiências de compra diferenciadoras, são estratégias fundamentais para garantir a competitividade dos operadores presentes no mercado. A experimentação, o serviço e a conveniência poderão ser a chave para a diferenciação.
Mas tudo isto só faz sentido quando integrado numa estratégia global, multicanal. Temos de experimentar canais de venda alternativos, geradores de tráfego nas lojas e potenciadores de vendas. Chegamos a um ponto em que não faz sentido ter uma estratégia para o offline e uma outra diferente para o online. O cliente é um só e compra no canal que em determinado momento lhe for mais conveniente e vantajoso. Temos de construir uma estratégia multicanal integrada se queremos fazer a diferença.
Apesar de apenas cerca de 6% dos consumidores portugueses efetuarem atualmente compras online, este canal apresenta um enorme potencial quando comparamos as quotas de mercados mais maduros, como é o caso do Reino Unido, onde já mais de 20% dos consumidores são habituais compradores virtuais. Para além disso, o potencial dos tablets e dos smartphones para surpreender e seduzir novos compradores é imenso. Veja-se o exemplo da Tesco na Coreia do Sul e o lançamento da loja virtual nas estações de metro. É fundamental aproveitar e integrar as diferentes soluções tecnológicas disponíveis para potenciar o negócio do retalho.
Estes são alguns dos desafios que estão a afetar a competitividade e desenvolvimento do setor e que estarão a debate no próximo dia 22 de novembro no inRetail Congress, um congresso de retalhistas, por retalhistas e para retalhistas. Não falte!