iStock A Claire’s declarou falência nos Estados Unidos da América (EUA), pela segunda vez em sete anos, um contexto de queda do consumo e crescente preferência dos consumidores pelas compras online.
A empresa, que opera mais de 2.700 lojas em 17 países, incluindo o Reino Unido, França e Portugal, apresentou documentos num tribunal de Delaware, revelando dívidas entre mil milhões e 10 mil milhões de dólares.
A incerteza em torno da política comercial de Donald Trump, particularmente sobre tarifas, tem lançado dúvidas sobre a capacidade da Claire’s para lidar com um empréstimo de quase 500 milhões de dólares, com vencimento previsto para dezembro de 2026.
“Esta decisão é difícil, mas necessária”, afirmou Chris Cramer, CEO da Claire’s. E continua: “o aumento da concorrência, as tendências de consumo e a contínua transição do comércio físico para o digital, combinados com as nossas atuais obrigações financeiras e fatores macroeconómicos, tornam esta decisão inevitável para a Claire’s e para os seus stakeholders”.
O responsável avançou ainda que a empresa está em negociações com potenciais parceiros estratégicos e financeiros, garantindo que o objetivo é concluir a avaliação de alternativas estratégicas. Durante este processo, as lojas nos EUA e Canadá, onde os processos de falência também estão em curso, continuarão a operar normalmente.
A marca já tinha declarado falência em 2018, tendo na altura reestruturado 1,9 mil milhões de dólares em dívidas, acumuladas após a sua aquisição pela empresa de capital de risco Apollo Global Management, em 2007.
A Claire’s junta-se assim a outras marcas que têm enfrentado dificuldades num cenário de redução do consumo nos centros comerciais e aumento da procura por alternativas online.
Também a Forever 21 declarou falência em março e está a encerrar as suas operações nos EUA, também pressionada pela concorrência de plataformas como a Shein e a Temu. Já a Macy’s anunciou o fecho de mais de 60 lojas em 2025, como parte de um plano para encerrar 150 lojas ao longo de três anos.
