Nenhuma das empresas portuguesas inquiridas no âmbito do “European Payment Report 2018” aceita moedas digitais, ou criptomedas, como método de pagamento.
O relatório da Intrum analisa o comportamento de pagamento das empresas e do Estado. O estudo revela que a situação a nível europeu não é muito diferente. Em média, apenas 2% das organizações europeias, reconhece este tipo de pagamentos. Em Portugal, nenhuma empresa aceita criptomoedas como método de pagamento. Há no entanto exceções. No Reino Unido 15% das empresas já aceita criptomoedas.
Relativamente a outro tipo de fins, 2% das empresas europeias declaram deter criptomoedas para outros fins como, por exemplo, veículos de investimento.
Adopção lenta das criptomoedas nos próximos dois anos
No prazo de dois anos, a maioria das empresas portuguesas (78%) não deverá adoptar aquele método de pagamento. 20% estão ainda em dúvida. O que significa que dentro de dois anos, 2% das empresas portuguesas poderão estar a trabalhar com criptomoedas de algum modo. A mesma percentagem que a Europa atualmente. Na Europa, 87% das empresas refere explicitamente que não irá adoptar criptomoedas no período em análise.
Recorde-se que uma criptomoeda é uma moeda digital descentralizada – como a bitcoin ou a ethreum – que funciona como meio de troca através de blockchain e de cifragem, como meio de assegurar a validade das transações e criar novas unidades de moeda.
As criptomoedas, “têm sido um tema muito debatido nos últimos dois anos, tanto como forma de pagamento, como nos potenciais veículos de investimento, ou mesmo num contexto social mais amplo, onde as criptomoedas e a tecnologia subjacente, são vistas com tendo grande potencial disruptivo”, recorda Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum Portugal. No entanto, e na prática, o mercado ainda é imaturo. Isto é, o “método de pagamento é bastante desconhecido para a maior parte das pessoas e empresas. Acabando por gerar alguma desconfiança e receio devido às notícias de ciberataques de hackers que têm ocorrido a nível mundial”, esclarece.
O relatório da Intrum resulta de um inquérito a 9607 empresa, de 29 países europeus, durante os meses de janeiro a março do corrente ano.