O relatório “Beyond Speed: The Case for Instant Payout Adoption and Stickiness”, publicado em setembro de 2025 pela PYMNTS Intelligence em colaboração com a Ingo Payments, concluiu que os pagamentos instantâneos deixaram de ser apenas uma conveniência tecnológica e tornaram-se um fator determinante de fidelização dos consumidores.
A análise, baseada num inquérito a 2.237 consumidores norte-americanos que receberam pagamentos no último ano, mostrou que 41% dos inquiridos citam o instantâneo como o seu método mais utilizado e que a taxa de “stickiness” — ou seja, a proporção de utilizadores que se tornam regulares — atingiu 57%, um aumento de 46% desde 2021.
O estudo destacou ainda que o impacto é mais acentuado em trabalhadores dependentes de “cashflow” primário, como profissionais da economia de plataformas, freelancers e vendedores em marketplaces. Entre estes, 68% passaram de utilizadores ocasionais a regulares, transformando os pagamentos instantâneos na sua principal forma de rendimento.
A adesão é consistente em todas as faixas etárias, com os “bridge millennials” (37-47 anos) a liderar a conversão com 60% de fidelização, enquanto os baby boomers apresentam uma taxa mais baixa (47%).
O relatório revelou ainda que as carteiras digitais são o canal mais eficaz para criar utilizadores recorrentes, com uma taxa de fidelização 58% superior à de contas bancárias tradicionais. Para pagamentos de rendimento e empréstimos, são a opção preferida, enquanto o “push-to-debit” lidera nas transferências de investimentos e prémios, com taxas de retenção de 77% e 69%, respetivamente.
Segundo o estudo, “as empresas que emitem pagamentos têm uma oportunidade crítica de aprofundar a fidelização tornando o instantâneo a experiência padrão dos recetores”.
As conclusões sublinharam também que integrar modelos de pagamento em tempo real é agora estratégico para bancos, plataformas e empresas que pretendem manter os clientes nos seus ecossistemas e reforçar a competitividade.

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