O ecossistema nacional de fintechs continua a crescer em número de empresas e em valores de financiamento, com as top 30 fintechs em Portugal a captar um investimento total de 275 milhões de euros em investimento, de acordo com o “Portugal Fintech Report 2020”.
Com a economia nacional a decrescer, devido à pandemia, o segmento das fintech continua a crescer em contraciclo. Segundo o relatório, nos últimos quatro anos – 2017, 2018, 2019 e 2020 -, 2018 foi o mais popular para o lançamento de fintechs, com 17% das empresas que existem em Portugal neste segmento criadas neste ano.
As áreas de atividade predominantes destas empresas são pagamentos e transferências de dinheiro, insurtech e criptomoedas. Além disso, cerca de 40% das fintecsh estão na fase seed e 69% destas startups têm apenas até 20 funcionários. O estudo revela também que a maioria das fintechs em Portugal está localizada na região de Lisboa, seguido do Porto e Braga. ´
O documento apresenta ainda conclusões de inquéritos realizados no setor, destacando-se a referência a “dificuldades” percecionadas e “aspetos a melhorar” na envolvente do movimento de inovação e disrupção nos serviços financeiros e, face a 2019, para o mercado doméstico, a área “regulação” mantém-se, para cerca 37% dos inquiridos (38% em 2019) como prioridade entre os aspetos a melhorar, seguida de “acesso ao mercado”, apontado por 33% e a ganhar peso em ano de pandemia face aos 4% do relatório precedente.
Já a “cooperação” por parte dos operadores tradicionais que, em 2019, carecia de melhoramento segundo 33% dos inquiridos, passou este a ano a constituir necessidade para apenas 22% dos respondentes.
Relativamente às dificuldades, o “ciclo de vendas” é a dificuldade mais apontada (42% dos inquiridos), com visibilidade acrescida face aos 33% registados em 2019. Note-se ainda que, de acordo com o relatório, enquanto no ano passado, a cooperação dos agentes de mercado era tida como dificuldade por apenas 8% dos inquiridos, em 2020, a relação com operadores tradicionais tornou-se o segundo aspeto mais problemático, sendo apontada por 37% do painel de inquiridos. Esta perceção contrapõe-se, em parte, a uma das ideias sinalizadas na síntese do relatório, segundo a qual “há uma maior abertura de ‘players’ mais maduros para a inovação”, através da associação às fintechs visando “acelerarem os seus processos de digitalização”.
“O ecossistema está a crescer e a prova disso são não só as empresas que estão a destacar-se pelos seus resultados e no número de colaborações com ‘players‘ maduros, mas também pela qualidade de novas ‘fintechs‘ a nascer em Portugal e pelas internacionais que já olham para o nosso país como ‘hub fintech’ onde querem estar”, revela o fundador da Portugal Fintech, João Freire de Andrade, numa nota enviada às redações.