Quantcast
Produção

Conveniência e equilíbrio em produtos “on-the-go”

Conveniência e equilíbrio em produtos “on-the-go”

Proporcionando cada vez mais pausas práticas e nutricionalmente equilibradas, o consumo de snacks está em crescimento no mercado nacional, caracterizando-se por uma diversificação da oferta que aposta em produtos gourmet e alimentação saudável, e inclui novas categorias neste formato, como os queijos, a fruta e os iogurtes. Aliando conveniência com diferenciação (alimentos proteicos, sem açúcar, sem glúten ou sem lactose, por exemplo), as insígnias estão a aumentar o espaço de loja com sortidos de produtos “on-the-go”.

Os snacks estão cada vez mais na moda, seguindo as tendências de consumo da sociedade atual, marcadas por um ritmo de vida acelerado, por um lado, e por preocupações crescentes com a alimentação saudável, por outro.

 

Na DIA, os snacks são uma categoria que apresentam “uma certa estabilidade em termos da percentagem sobre o volume de vendas globais”. Em 2017 representaram 3,2%, valor que registou um crescimento de uma décima em 2018. De acordo com Ricardo Torres Assunção, diretor de Publicidade e Comunicação da DIA Portugal, no que respeita a evolução das vendas dos produtos desta categoria, os primeiros números de 2019 que a insígnia tem “mantêm a representatividade da categoria, com vendas de 3,3%” sobre o volume de vendas global.

Fonte oficial do Continente corrobora a tendência de consumo de snacks em Portugal, adiantando que esta categoria pesa cerca de 5% das vendas dos produtos alimentares do hipermercado. Apresentando um crescimento de dois dígitos nos últimos anos, a preferência crescente pelos cada vez mais diversificados alimentos em formato de snack está “muito impulsionada pela tendência de consumo relacionada com a conveniência”. O que, na perspetiva do Continente, decorre “de um ritmo de vida acelerado, da necessidade e preocupação do consumidor pela ingestão de pequenas porções de alimentos de forma mais frequente ao longo do dia, e também da prevalência de ‘refeições’ cada vez mais informais”.

 

Também no Pingo Doce, a categoria de snacks “tem ganho peso nas lojas e nas vendas”, nos últimos anos. Para dar resposta a esta tendência de consumo do mercado, o Pingo Doce” tem adaptado a sua oferta a produtos de consumo mais práticos e ‘on-the-go’”, como sublinha a diretora Comercial de Mercearia da insígnia, Marta Silva. Para além de “produtos mais indulgentes”, a marca tem também “artigos mais equilibrados nutricionalmente, englobando desta forma um conjunto alargado de consumidores”. E prova disso é o destaque dado a estes produtos no folheto Pingo Doce que estava em vigor à data de fecho desta edição, “com uma seleção de snacks para uma pausa equilibrada”.

Destaca-se a procura por snacks cada vez mais equilibrados nutricionalmente, reflexo de uma maior preocupação por escolhas saudáveis – Pingo Doce

Nos supermercados Pingo Doce, e segundo a mesma responsável, este conjunto de produtos tem registado uma evolução de vendas “muito positiva, com uma performance acima do total FMCG” (Fast Moving Consumer Goods, na sigla em inglês, ou seja, bens de grande consumo), “contribuindo positivamente para o desenvolvimento das respetivas categorias”.

 

Oferta alargada em snacks de marca própria
A exemplo de muitas outras categorias de produtos – alimentares e não alimentares -, quer o Continente, quer a DIA, quer o Pingo Doce têm snacks de marca própria.

Entre os muitos snacks procurados pelo consumidor (salgados, doces, bebidas, iogurtes, fruta, alimentos para bebés, petfoods, etc.), no Continente os produtos que registam uma maior variação de vendas são os snacks de queijo, os leites e sumos em formatos individuais para lanchinhos, os iogurtes unidoses líquidos e sólidos (com particular foco em proteicos, segundo destaca fonte oficial da empresa), as barras de cereais, as saquetas de frutas e os frutos secos. De acordo com a mesma fonte, o Continente tem “uma oferta alargada de produtos de marca própria” nesta categoria alimentar, “cobrindo todos os segmentos, desde os snacks doces aos salgados, às bebidas em formato individual, aos iogurtes unidoses, às saquetas de fruta e aos frutos secos, entre outros.

 

Confirmando que “cada vez mais o consumidor procura soluções de snacks nas mais diversas categorias”, Marta Silva sublinha que “desde os animais aos bebés”, no Pingo Doce destaca-se a procura “por snacks cada vez mais equilibrados nutricionalmente, reflexo de uma maior preocupação por escolhas mais saudáveis”. A cadeia de supermercados e hipermercados do grupo Jerónimo Martins tem snacks de marca própria em diversas categorias, entre as quais Ana Alves, diretora de Comunicação e Packaging de Marca Própria do Pingo Doce destaca as bolachas, cereais (barras de cereais), alimentação infantil (frutinhas & bolachas), chocolates, salgados (batatas fritas), frutos secos, queijos (queijo fundido “A Vaca que Ri”), iogurtes, gelatinas e sumos (Nectaríssimos, sumos 100% e iced tea).

Trata-se de uma categoria muito impulsionada pela tendência de consumo relacionada com a conveniência – Continente

Na cadeia de supermercados DIA, os snacks salgados, “com a batata frita palha e camponesa à cabeça”, são os mais procurados pelos consumidores”, seguidos pelos frutos secos, “como os amendoins salgados e as nozes”. Ricardo Torres Assunção adianta ainda que se verifica também bastante procura de snacks para animais, “dada a ampla variedade que apresentamos nesta categoria”, e de snacks para bebés, tudo de marcas próprias. A DIA tem snacks de marca própria “em todas as variedades dentro desta categoria”, desde a alimentação tradicional, com uma ampla variedade de produtos da marca DIA, até à alimentação mais saudável e gourmet, onde tem “crescido em referências com as marcas Vital e Delicious, respetivamente”. Na alimentação infantil, as marcas Junior Smile e Baby Smile apresentam um sortido também bastante alargado, e a marca própria de alimentação para animais de estimação, AS, “tem crescido também em termos de referências, nos últimos anos”, conclui o diretor de Publicidade e Comunicação da insígnia do Minipreço.

Procura crescente por snacks saudáveis
Sendo certo que os snacks são hoje uma tendência de consumo crescente, há vários fatores que contribuem para valorizar as características intrínsecas deste tipo de produtos: a conveniência de um pronto-a-comer; o baixo custo a que o consumidor obtém uma ‘refeição’ rápida e leve; a possibilidade de encontrar cada vez mais alternativas para fazer, com os snacks, uma alimentação saudável, optando por alimentos sem açúcar, sem corantes nem conservantes, sem glúten ou sem lactose, por exemplo; a oferta, também em voga, de alimentos vegetarianos e vegan; e a tendência para a diversificação dos produtos premium, entre as diferentes gamas de snacks.

Na opinião da diretora comercial de Mercearia do Pingo Doce, “a procura crescente de soluções de snack resulta das alterações no estilo de vida dos portugueses. Falta de tempo, procura por soluções práticas e imediatas e necessidade de refeições intermédias” são alguns dos principais motivos dessa mudança. No entanto, a poupança no preço não é, na sua perspetiva, uma razão para a opção por snacks, já que “o consumidor privilegia a solução de snack em detrimento, na maior parte dos casos, de soluções mais económicas”, considerando que “o preço euro/quilo é quase sempre superior” a essas outras alternativas de alimentação.

Para o Continente, “claramente a influenciar esta tendência destaca-se a conveniência: o consumidor procura soluções fáceis e rápidas para fazer pequenas refeições ao longo da sua jornada diária”. Aliada à tendência da conveniência vem, “em segundo plano, a alimentação saudável: os consumidores estão cada vez mais preocupados, atentos e informados nas suas escolhas alimentares”. Pela experiência da cadeia de hipermercados do grupo Sonae, é possível afirmar que “um pouco por todas as categorias alimentares vemos o impacto desta macrotendência, e os snacks não são exceção”. Este impacto “é visível na crescente oferta e consumo de alguns tipos de snacks como, por exemplo, as barras de cereais, os frutos secos, os iogurtes com baixo teor de açúcar e gordura e as saquetas de fruta”, explicita fonte oficial da empresa.

Esta é uma área que tem vindo a crescer, não só em termos de espaço de exposição, mas, essencialmente, em termos de variedade – DIA

Também na perspetiva do diretor de Publicidade e Comunicação da DIA os snacks “representam acima de tudo uma facilidade e um imediatismo de consumo que, conjugados com novas tendências de alimentação (que têm nos frutos secos muita aceitação, contribuem para que esta categoria mantenha índices de retenção e crescimento”. Segundo Ricardo Torres Assunção, esta é “uma categoria que encontrou um balanço positivo no equilíbrio entre preço e procura, o que também tem contribuído para a sua afirmação”. Com duas famílias de produtos de marca própria, Vital e Delicious, onde se combina “uma oferta de produtos de alta qualidade com preço e variedade”, esta cadeia de supermercados consegue responder a requisitos crescentes de alimentação mais saudável, mantendo os padrões de qualidade. Como conclui o responsável, “a fórmula de sucesso que encontrámos nestes produtos foi um equilíbrio entre estas duas premissas, o que nos tem permitido crescer introduzindo mais referências que acompanham as novas tendências de consumo”.

Face à diversificação exponencial desta categoria de alimentos, com o lançamento de produtos que tradicionalmente não eram comercializados no formato snack, tal como iogurtes, queijos, snacks premium para acompanhar champagne, cerveja ou vinho e petfoods, por exemplo, que espaço ganharam estes produtos nas prateleiras nos últimos anos?

No Continente, “o aumento do espaço de loja para estes produtos tem sido um reflexo direto da procura crescente do consumidor”. Tratando-se de uma insígnia “que privilegia a variedade da oferta”, o aumento dos produtos em snacks “pode ser visível em loja, por exemplo, através do alargamento do espaço de iogurtes unidoses (“com formatos diferenciadores, como os proteicos líquidos ou os individuais com toppers de cereais”), de barras de cereais ou mesmo das saquetas de fruta “fora do linear primário de alimentação infantil, porque constatamos que o seu consumo é cada vez mais adulto”, detalha fonte oficial da cadeia de hipermercados.

Já a DIA dedica atualmente especial atenção a esta categoria, em termos de lineares, principalmente nas suas lojas de maior dimensão, como o formato Minipreço Family ou em algumas lojas Minipreço Express, “pela sua localização e tipologia de consumo dos centros urbanos”. Na cadeia de supermercados espanhola, esta é uma área que tem vindo a crescer, “não só em termos de espaço de exposição, mas, essencialmente, em termos de sortido e variedade”. Uma tendência que acompanha o comportamento de consumo no mercado nacional do setor da distribuição.

Este artigo foi publicado, originalmente, na edição 477 da revista DISTRIBUIÇÃO HOJE.

Não perca informação: Subscreva as nossas Newsletters

Subscrever