As marcas de FMCG tendem a não introduzir algo de efetivamente novo no mercado. Em Portugal apenas 18% dos novos produtos lançados correspondem a novas marcas ou extensão para novas categorias. Por norma, estes novos produtos não garantem o retorno financeiro necessário, pela sua natureza similar à dos produtos existentes, indicou Pedro Miguel Silva, Associative Partner de Retail & Consumer Produtcs, Digital Strategy da Deloitte.
O mesmo responsável indicou que, globalmente, 15% dos novos produtos representam cerca de 80% das receitas geradas. As marcas de FMCG tendem a não introduzir algo de efetivamente novo no mercado. Em Portugal apenas 18% dos novos produtos lançados correspondem a novas marcas ou extensão para novas categorias.
Referindo o “atraso” das marcas de FMCG em comparação com as marcas tecnológicas. “Marcas como a Apple, Google estão no top of mind e menos marcas de alimentação, e menos marcas portuguesas, estão no top of mind. A Coca Cola foi ultrapassada pela Google e Apple nos últimos três anos”.
Ainda de acordo com dados da Deloitte, os consumidores tendem a não percecionar ou valorizar a introdução de inovações incrementais. ¾ dos consumidores afirmam não valorizar alterações pouco significativas nos produtos das diferentes categorias que consomem. “As empresas de grande consumo parecem relutantes em criar algo realmente novo.
A resposta? Aumentar a abrangência de tipologias de inovação
A Deloitte indicou a necessidade de criar um novo paradigma na inovação: Aumentar a abrangência de tipologias de inovação; equilibrar o investimento entre objetivos de transformação; promover a coerência da inovação com o modelo de negócio. Em termos de produtos, a Deloitte indica que é necessário “diversificação para captar subsegmentos progressivamente mais pequenos”. No que respeita aos canais, “há que criar experiências de consumo e serviço coerentes em todos os canais elegidos pelo consumidor (omnicanal). Na comunicação: deve existir engagement via meios digitais com mensagens personalizadas e conteúdos relevantes. E ainda a questão da Industria 4.0, com a robotização, produção flexível, séries curtas, manutenção preditiva
A inovação no FMCG está muito concentrada no produto ou serviços que a organização oferece.
Numa análise global, a política de inovação deve sobretudo manter-se coerente com o posicionamento das marcas, contribuindo para o reforço positivo dos seus fatores de vantagem competitiva: excelência operacional (introdução de tecnologia para ganhos de eficiência na execução do modelo); liderança de marca (desenvolvimento de extensões de marca fora do core business de partida) e orientação para o consumidor (sensing de novos serviços ou modelos de negócios destinados a melhor conhecer ou servir os nossos consumidores).