O índice de confiança dos consumidores portugueses atingiu 71 pontos no primeiro trimestre de 2016, um crescimento de 5 pontos face ao trimestre anterior e de 12 pontos em relação ao período homólogo. Os dados são da Nielsen, que indica que o índice de confiança dos consumidores portugueses continua a “alcançar valores históricos” e está quase a alcançar a média europeia de 78 pontos.
“Férias (21% face a 17% do trimestre anterior), poupanças (47% face a 44% do trimestre anterior), compra de vestuário (19% face a 18% do trimestre anterior) ou novos produtos tecnológicos (15% face a 8% do trimestre anterior) são algumas das áreas nas quais os portugueses estão a investir com o dinheiro que lhes sobra após as despesas essenciais. 21% continua a admitir que não consegue poupar qualquer dinheiro para além dos gastos essenciais, número que diminuiu face ao trimestre anterior (27%)”, revela o estudo.
Mas apesar da confiança dos consumidores estar a crescer, ainda há os que são céticos e que admitem que acreditam que o país ainda pode estar a viver um momento de recessão económica (80%). Desses, 59% não acreditam que a essa crise será ultrapassada nos próximos 12 meses.
Mas afinal o que preocupa os portugueses?
Segundo a Nielsen, é o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (30%), a saúde (30%) e a segurança no emprego (29%) o que mais preocupa os portugueses. “O emprego continua assim a ser uma das principais preocupações dos portugueses na medida em que para 22% é a principal preocupação e para 7% a segunda principal preocupação. No que se refere a este tema 83% dos inquiridos confessa não ter boas perspetivas para os próximos 12 meses, números bastante semelhantes aos alcançados no ano anterior e superiores à média europeia (69%) que revela uma ligeira subida face ao ano anterior”, indica o estudo da Nielsen.
Como consequência, os hábitos de compra dos consumidores nacionais estão a mudar. De acordo com o estudo, 66% dos portugueses admite neste estudo ter mudado os seus hábitos de consumo para poder cortar nas despesas para o lar. 58% revelam ainda ter optado por poupar nas despesas com o entretenimento fora de casa e 58% procuraram poupar nas despesas com o gás e a eletricidade. As poupanças registam-se também na compra de vestuário (57%) e na escolha de produtos mais baratos (50%).
De resto, como refere o estudo da Nielsen, estas mudanças de comportamento nos hábitos de consumo poderão ter vindo para ficar, mesmo depois de ultrapassada a recessão. 45% dos inquiridos referem que depois da recessão vão continuar a poupar nos gastos com o gás e eletricidade e 31% nas despesas com refeições take-away. 27% pretendem continuar a optar por produtos mais baratos assim como continuar a gastar menos no entretenimento fora de casa.