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o retalhista

Uma série de coisas importantes

Netflix

Caro leitor, certamente já ouviu falar do Netflix. Aliás, quando liga a box lá de casa – ou do escritório – deve surgir algures o logo da empresa norte-americana que se tem tornado uma love brand. Ora se já ouviu falar do serviço de tv-on-demand já ouviu alguns rumores de uma série que está a dar que falar chamada “Black Mirror”. Há quem a considere a nova “Twilight Zone” da era digital.

Um dos episódios mais marcantes da 3ª temporada chama-se “Nosedive”, e pode ver aqui um breve resumo. É um caminho para o qual a sociedade pode caminhar, talvez seja exagerado, ou talvez não. Mas é certamente assustador. Embora muito daquilo que vemos ali já se passa no dia-a-dia. Infelizmente. Só por este episódio vale a pena subscrever o canal. E quem diz este diz outros, com excelentes séries.

 

Mas é mesmo esta questão de ver séries em catadupa que me preocupa. Tanto pelo lado das marcas (de produção e retalho) como do lado do cidadão. Mas vamos por partes:

Esta customização do que vemos pela TV está a tornar-se uma grande barreira para os anunciantes. Já ninguém, ou muito poucos, vêem anúncios. Como cidadãos, vemos o que queremos segundo um cardápio que os canais por cabo nos dão, à hora que queremos, quando queremos, nos devices que preferirmos. Ora, como se consegue assim comunicar através de um dos canais mais impactantes como é a TV? Leio e oiço rumores de que os anunciantes estão a pensar em algo, mas aqui entre nós, isto é como as notícias gratuitas na Internet…uma vez gratuito, para sempre gratuito.

 

E para os cidadãos? Não estaremos todos nós a alienarmos do país real? Será que os marketeers e decisores deste país não aprendem algo quando têm de ver um “Somos Portugal” ou mesmo uma “Praça da Alegria” – senhores e senhoras, aquilo é o país real, e não esta elite em que meia dúzia de nós vivemos.

Será que os estudos das empresas especializadas são suficientes para conhecer o que se passa à nossa volta. Não estamos a ficar “customizados” de tal forma que não conhecemos quem é o consumidor fora dos nosso circulo pessoal e profissional?

 

Claro que existem as Redes Sociais, mas já todos sabemos que só nos mostram aquilo que eles querem. Malditos sejam os algoritmos!!

É necessário ter isso em conta, porque o consumidor português, apesar da grande maioria viver nas principais cidades tem vários gostos e modas. Se nos fechamos somente a ver séries e a apenas a tv de que gostamos – muitas vezes sem paciência para os intermináveis telejornais que geralmente são dominados de sexta a terça pelo futebol – vamos ficar alienados!!!
As séries são fantásticas, devem ser vistas, mas com equilíbrio, com o risco de nós próprios vivermos numa realidade parecida com a de Black Mirror…

 

p.s. – Já agora, se viu o episódio de Black Mirror que mencionei anteriormente, faça o teste que o Telegraph preparou para si e saiba o ranking que teria na série.

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