A GS1 Portugal apresentou, na Logipack 2025, os resultados da 13.ª edição do estudo Benchmarking Supply Chain, que avaliou o desempenho de 27 fornecedores e 10 retalhistas, identificando seis tendências estratégicas e apontando falhas críticas no processo de encomendas.
No ranking global, a Matudis destacou-se como líder entre os fornecedores, seguida pela Sumol+Compal, Coca-Cola, Delta e Primedrinks. Entre os retalhistas, o pódio foi ocupado pela Sonae MC, Pingo Doce e Auchan.
“O Benchmarking Supply Chain é mais do que um retrato do setor — é uma ferramenta prática para identificar oportunidades de melhoria e promover uma colaboração mais eficaz entre fornecedores e retalhistas. Ao medir e comparar desempenhos, conseguimos transformar dados em ações concretas que aumentam a eficiência, reduzem desperdícios e fortalecem a competitividade da cadeia de abastecimento em Portugal”, explicou Paulo Gomes, diretor-geral da GS1 Portugal.
Retalhistas exigem maior rigor no registo de novos produtos e maior transparência na faturação
Nesta edição, os retalhistas registaram uma redução geral nas importâncias atribuídas a diversas questões, em comparação com a edição anterior. No entanto, o cumprimento dos prazos de entrega e a atualização e alinhamento da base de dados continuam a ser prioridades máximas na relação com os fornecedores.
Este ano, ganhou destaque a importância da gestão do registo de novos produtos e promoções, assim como da capacidade de fornecimento especial — áreas que não figuravam entre as dez prioridades em 2024. O registo de novos produtos, em particular, obteve uma das classificações mais baixas, evidenciando uma clara oportunidade de melhoria.
A faturação também ganhou relevância, com destaque para a clareza e o detalhe das faturas, bem como para a redução de erros associados a discrepâncias de quantidades e preços. Estes resultados sublinham a necessidade de processos administrativos mais rigorosos e de uma comunicação eficaz entre fornecedores e retalhistas.
Eficiência operacional e digitalização lideram as prioridades dos fornecedores
Do lado dos fornecedores, o tempo de espera para a recolha de documentação foi o fator que mais ganhou relevância, tornando-se um ponto central na avaliação dos retalhistas. Em sentido inverso, a construção de relações sólidas — que ocupava o primeiro lugar na edição anterior — caiu para a sexta posição, revelando uma mudança de prioridades.
Os fornecedores concentram agora os seus esforços na eficiência dos processos, dando maior importância à atualização e alinhamento das bases de dados, à rapidez nas descargas e à automatização das mensagens EDI. Esta mudança evidencia uma aposta clara na digitalização e na otimização operacional, em detrimento de fatores mais relacionais.
 Inovação e colaboração fortalecem a cadeia de abastecimento, mas persistem falhas
O estudo destacou ainda seis áreas estratégicas que irão definir o futuro da cadeia de abastecimento: gestão da cadeia, digitalização e tecnologia, modelo de negócio, sustentabilidade, desafios e perspetivas futuras, e colaboração.
Estas macrotendências reforçam a importância de combinar inovação tecnológica, sustentabilidade e modelos colaborativos para responder às novas exigências do mercado e às mudanças em curso no setor.
Apesar da visão orientada para o futuro, persistem desafios relevantes, nomeadamente a frequência de erros entre encomendas recebidas e pedidas — uma falha crítica que continua a afetar a eficiência e requer uma ação conjunta de fornecedores e retalhistas.
Apesar da melhoria generalizada face à edição anterior, as classificações mais baixas atribuídas às questões centrais indicam que ainda há um percurso significativo a fazer para atingir padrões de excelência na cadeia de abastecimento.

