O Lidl organizou esta quarta-feira, no Pavilhão de Portugal, em Lisboa, a mais recente edição do Portugal Exporta, evento centrado no impacto da retalhista na economia portuguesa. Porém, nos painéis do evento, abordaram-se também os temas dos desafios da digitalização e sustentabilidade, com o encontro a reunir responsáveis do setor
Numa das intervenções, Maria Estarreja, diretora do Retail Innovation Lab, lembrou como a chegada do Lidl mudou as regras do jogo. “Quando o Lidl apareceu mudou o setor: trouxe empregabilidade, novos produtos e obrigou produtores e retalhistas a reformarem-se.” Para os consumidores, disse, isso resultou em “maior oferta e preços mais competitivos.”
Na mesma sessão, o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, sublinhou a relevância do setor no PIB e o papel da concorrência. “A concorrência torna as empresas mais fortes e as sociedades mais livres. O Lidl teve um papel extraordinário no retalho alimentar.” Segundo o dirigente, o retalho representa “12% do PIB nacional e emprega quase meio milhão de pessoas”.
Vanessa Romeu, diretora de Corporate Affairs do Lidl, explicou a estratégia que sustentou o crescimento da empresa. “A eficiência permite-nos apresentar produtos de qualidade ao melhor preço.” Cerca de “80% da nossa oferta é de marcas próprias”, com padrões de qualidade elevados que ajudaram a inverter a perceção de que “barato não é bom.”
O painel destacou ainda a transição digital como tendência central. Estarreja apontou que os consumidores exigem “pagamentos fáceis, caixas autónomas e sortido alargado, incluindo opções vegan e sem glúten.” Um dado em evidência num dos estudos do RIL é a disposição dos consumidores para pagar mais por responsabilidade ambiental: “Os consumidores aceitam pagar entre 12% e 15% mais por produtos sustentáveis, chegando a 25% na categoria alimentar.”
Na mesma sessão, o Lidl detalhou os números robustos das exportações possibilitadas pela cadeia alemã. “Em dez anos atingimos mais de 210 milhões de euros em exportações, 217 mil toneladas e mais de 30 variedades de produtos, incluindo fruta, legumes, vinho e pastelaria.” Romeu lembrou ainda que o Lidl é “um dos maiores facilitadores na exportação de vinho em Portugal.”
Por fim, Gonçalo Lobo Xavier concluiu que o setor evoluiu para oferecer perspetivas de carreira: “Trabalhar no retalho é uma oportunidade para uma carreira de vida”, lembrando igualmente que o retalho tem um papel de “coesão social, presença no interior e ligação à produção agrícola.”