Um novo relatório do Observatório de Desafios Sociais (ODESS) revelou que os portugueses estão a reforçar hábitos de contenção financeira, ao mesmo tempo, demonstram pouca confiança na evolução da economia nacional.
Os dados, recolhidos entre abril e maio de 2025, traçam um cenário de prudência, esforço de adaptação e crescente preocupação com a educação financeira.
Segundo o estudo, 75,2% dos portugueses pouparam em 2024, embora mais de metade tenha admitido que poupar continua a ser difícil. Para 2025, 44,1% pretendem aumentar a poupança, sinalizando uma resposta direta ao ambiente económico incerto.
A confiança na economia do país permanece frágil, com 46,5% a acreditarem que a situação económica irá piorar este ano, enquanto apenas 14,1% antecipam melhorias. Em contraste, a perceção sobre a situação financeira pessoal é menos negativa. Cerca de 23,1% esperam ver a sua situação melhorar e 45,8% acreditam que se manterá igual.
A análise mostrou ainda comportamentos financeiros considerados responsáveis. Mais de metade dos inquiridos (54,4%) referiu gastar menos do que ganha e 76,7% admitiu manter o hábito de fazer listas de compras.
A literacia financeira surge como uma prioridade crescente, com 54,6% a procurarem melhorar os seus conhecimentos em 2024 e quase 70% planeiam fazê-lo em 2025.
Nos hábitos de consumo, os comportamentos emocionais ou impulsivos estão presentes, mas não são dominantes. Apenas 11,4% assumem ter feito compras por impulso e 24,7% dizem ter recorrido às compras para lidar com emoções negativas. Já 31,5% dizem ter comprado por impulso e 9,6% admitiram ter adquirido produtos com o objetivo de impressionar.
A preocupação ambiental surge como um fator relevante nas decisões de compra para 54,2% dos participantes, enquanto 34% afirmaram considerar opiniões nas redes sociais antes de escolher um produto.
 Neste sentido, o relatório concluiu que os portugueses seguem um padrão de consumo mais cauteloso, revelando disciplina nos gastos, atenção ao futuro financeiro e crescente consciência ambiental, apesar do pessimismo persistente sobre a economia nacional.

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