Os consumidores exigem cada vez mais acesso imediato ao seu dinheiro, especialmente quando se trata de montantes elevados, e preferem que os fundos sejam depositados diretamente nas suas contas bancárias ou, em alternativa, em carteiras digitais.
Esta tendência crescente está a transformar o setor das transferências e pagamentos, como mostra um novo estudo da PYMNTS Intelligence, em parceria com a Ingo Payments, intitulado “Digital Transformation and Instant Payments Fuel Business Disbursement Efficiency”.
Segundo os dados, os pagamentos instantâneos já se tornaram norma para uma grande parte dos consumidores. A percentagem de pessoas que afirmaram receber transferências não governamentais de forma imediata passou de apenas 4,1% em 2017 para 38% atualmente, um salto quase dez vezes superior que revela uma mudança profunda no comportamento dos utilizadores.
O estudo mostrou ainda que quanto maior o valor da transferência, maior é a exigência de rapidez. Os consumidores que recebem montantes acima dos 500 dólares são 33% mais propensos a escolher o pagamento instantâneo como método preferencial. Mais de metade refere necessidades financeiras urgentes, como pagar contas, dar resposta a despesas imprevistas ou liquidar dívidas, como a principal razão para optar por esta modalidade.
Para transferências associadas a empréstimos, essa urgência é ainda mais clara: 64% dos beneficiários afirmaram querer o dinheiro de forma imediata devido à necessidade financeira. Um em cada quatro entrevistados diz mesmo precisar dos fundos em menos de 30 minutos. A certeza de ter acesso imediato ao dinheiro representa, para muitos, tranquilidade e controlo sobre o orçamento familiar.
Apesar da crescente oferta de soluções alternativas, os bancos continuam a ser o destino preferido para os pagamentos instantâneos. Cerca de 35% dos consumidores querem que os fundos caiam diretamente na conta bancária, sendo este o método com maior adesão. Serviços como as transferências push-to-debit são populares por garantirem essa ligação direta com as contas tradicionais, realça a análise.
A investigação também concluiu que as carteiras digitais também estão a ganhar destaque. Em particular, o PayPal, que tem vindo a crescer como plataforma de receção de pagamentos instantâneos. Em janeiro, 7,4% dos consumidores indicaram esta solução como a sua principal escolha. No total, 15% dos utilizadores disseram preferir carteiras digitais, o que representa um aumento significativo face aos 7,8% registados no ano anterior.
Esta tendência mostra que os consumidores não procuram apenas velocidade, mas também flexibilidade e conveniência. A evolução dos pagamentos instantâneos está, assim, a redefinir a forma como as pessoas gerem as suas finanças no dia a dia, com um foco crescente na rapidez, segurança e integração com o ecossistema financeiro já existente.
 

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