No Dia Mundial das Massas (25 de outubro) fomos medir o peso da categoria no mercado e quais as principais tendências.
Analistas, marcas e insígnias são unânimes em salientar que as massas estão presentes em quase todos os lares portugueses e que “o crescimento em valor da categoria das massas no último ano (+2%) é consequência da procura por produtos de maior valor acrescentado”, afirma Luísa Lourenço, Client Consultant Senior da Nielsen, adiantando que as “massas do segmento ‘Saudável’ entre as quais se encontram as Integrais, Biológicas, Sem Glúten e Massas com Legumes/Vegetais, são as que mais contribuem para este crescimento”.
Segundo a Nielsen, a massa representa 53,5 milhões de kg e 71 milhões de euros no ano móvel findo na semana 36/2018, mantendo-se estável em volume e a crescer 2% em valor, sendo que 93% dos lares em Portugal continental compraram a categoria.
Importa ainda referir que vários responsáveis de marcas e cadeias referem que além da tendência saudável, o consumidor procura cada vez mais a qualidade, o que faz crescer o mercado de massas italianas, como refere nomeadamente a fonte do Continente: “O segmento de maior crescimento são as massas de marcas italianas, mas também as mais tradicionais de formato pequeno (massinhas para canja)”, bem como a do Pingo Doce.
Matteo Bergamo, representante em Portugal da marca italiana Rummo, avança que “a categoria tem evoluído em maneira consistente ao longo dos anos. Deverá valer em 2018 cerca de 80M€. O consumo per capita aumentou, estando agora nos 8kg/ano, sendo que o consumo per capita mais alto é, como esperado, em Itália, 25 kg”. O responsável defende que “o que ainda falta ao consumidor ‘doméstico’ é a consciência de que o produto tem que ser de qualidade. As massas não são todas iguais! É fundamental que seja de trigo duro e tenha pelo menos 14gr de proteínas por 100gr de produto”. Daniel Filipe Brissos e Paulo Morais Rosa, sócios executivos da Ponte Vertical, que representa em Portugal a marca italiana Buitoni, referem à DISTRIBUIÇÃO HOJE que “o setor das massas em Portugal tem vindo a crescer, sendo bastante interessante quer para as marcas nacionais quer para as internacionais que ganham cada vez mais ‘espaço’ nas lojas, notando-se contudo um predomínio das Marcas da Distribuição (MDD) e primeiro preço”.
No caso das MDD, a fonte da cadeia do grupo Jerónimo Martins salienta que “Segundo a mesma fonte [Nielsen], a marca Pingo Doce é mais comprada pelos lares portugueses entre as Marcas Próprias e continua a crescer reforçando a sua liderança” e acrescenta que “os segmentos de maior importância são o Esparguete e as Cortadas”.
Luísa Lourenço, Client Consultant Senior da Nielsen afirma que “a promoção na categoria das massas continua a aumentar, estando agora em linha com a média total dos Bens de Grande Consumo”, pelo que “fabricantes e retalhistas são mais que nunca desafiados a fazer chegar aos seus consumidores promoções que fidelizem e surpreendam, num cenário em que os consumidores estão mais exigentes, mas em que também têm maior predisposição para gastar”.
Futuro faz-se de novos formatos e segmento saudável
João Paulo Rocha, diretor de marketing da Cerealis que detém as duas principais marcas de fabricante portuguesas – a Nacional e a Milaneza – diz-nos que “as principais tendências passam pela diversificação de formatos, sendo o mercado Português um dos mais evoluídos neste aspeto, a conveniência (massas para wok) e, naturalmente as saudáveis, com especial destaque para a mais recente novidade da Milaneza (integral com Aveia)”.
O responsável considera que no futuro “continuaremos a ter um mercado que procura novos formatos de massa, com abertura para a inovação na subcategoria das massas Natura e, outras que nesta fase preferimos não tornar público”.
Por seu lado, Matteo Bergamo, da Rummo, considera que se deverá manter a tendência dos últimos anos, onde “temos observado um aumento da procura de produtos funcionais e saudáveis, como as linhas de massa biológica, integral e sem glúten. Isso deve-se ao facto de os consumidores terem mais atenção à alimentação, procurando refeições saudáveis e equilibradas representando alternativas válidas às fontes de proteínas animais, como carne vermelha, ovos e laticínios”.
Já Vítor Lamego, responsável de compras e produtos de grande consumo na Auchan Retail Portugal, refere que para o futuro podemos esperar “por um lado, crescimento em tudo o que são refeições à base de massas (maior conveniência) e por outro nas massas mais premium (massas italianas de maior qualidade) e diferenciadoras nomeadamente com vegetais e integrais, dando resposta ao eixo mais saudável”.
Opinião secundada pela fonte do Pingo Doce, que refere que o segmento das massas italianas “é, aliás, um segmento em que o Pingo Doce tem apostado, comercializando massas 100% italianas, produzidas em Gragnano (localidade italiana com condições climatéricas únicas para a produção de massa – condições de solo, vento e humidade), que são secadas de forma tradicional, mantendo a originalidade do produto final”.
Já o Continente acredita “que a conveniência e procura por uma alimentação saudável são as duas tendências incontornáveis na categoria”.
Os sócios da Ponte Vertical, que representa a Buitoni, consideram que “tendencialmente os consumidores mais atentos começam a privilegiar a qualidade e têm consciência que se os preços forem muito baixos, a qualidade do produto que estão a consumir será em princípio menor, e nesse contexto, preferem escolher algo que lhes ofereça a melhor relação qualidade/preço”, assim: “a perceção do consumidor é de que as massas estrangeiras estão num patamar superior de qualidade face às nacionais, dinamizando dessa forma o subsegmento das massas estrangeiras, tendo em conta a grande tradição de produção de ‘pasta’ italiana”.







