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Retalho português mantém dinamismo à boleia do comércio de rua

Retalho português mantém dinamismo à boleia do comércio de rua iStock

O mercado de retalho em Portugal continua a revelar uma dinâmica robusta, com as vendas a aumentarem de forma consistente e com o comércio de rua em Lisboa e Porto a reforçar a sua vitalidade.

As conclusões são do Market Dynamics Q3, da JLL, que analisou o desempenho dos mercados de escritórios em Lisboa e Porto, retalho, industrial & logística, investimento, hotelaria e residencial no terceiro trimestre de 2025

 

Segundo a análise, as vendas a retalho (excluindo combustíveis) cresceram 5,7% em termos homólogos até agosto, impulsionadas por um aumento de 6,3% nos produtos alimentares e 5,3% nos não alimentares.

Por sua vez, o comércio de rua destacou-se como um dos motores do setor, beneficiando do fluxo turístico e da expansão contínua do segmento de restauração e bebidas, que tem impulsionado a abertura de novos conceitos gastronómicos.

 

Esta procura elevada contribuiu para que as rendas prime se mantivessem em níveis históricos: 145 €/m²/mês no Chiado, em Lisboa, e 85 €/m²/mês na Rua de Santa Catarina, no Porto. Outras zonas premium do Porto, como os Aliados e os Clérigos, registaram atualizações para 60 €/m²/mês e 45 €/m²/mês, respetivamente. Também o segmento alimentar e os retail parks mantêm estabilidade, com rendas prime de 15 €/m²/mês e 13 €/m²/mês.

De acordo com o relatório, a resiliência do consumo tem sustentado o desempenho do setor e deverá intensificar-se no período festivo, apoiando um fecho de ano forte para o retalho. O estudo antecipa ainda que a tendência de novas aberturas e o investimento de marcas em localizações estratégicas prolonguem este dinamismo para o início de 2026.

 

E o setor logístico?
O setor industrial e logístico português registou um abrandamento na procura durante os primeiros nove meses de 2025, ainda que continue a revelar resiliência e níveis de atividade alinhados com a média recente.

De acordo com a análise, a área total ocupada atingiu 374.900 m², menos 29% do que no mesmo período do ano anterior, embora o terceiro trimestre tenha concentrado 45% do volume anual.

 

A Grande Lisboa manteve-se como o principal polo de atividade, representando 57% do take-up YTD (área total ocupada desde o início do ano), com as zonas de Sacavém–Alverca e Amadora–Odivelas a destacarem-se. Já no terceiro trimestre, o eixo Gaia–Espinho assumiu a liderança, concentrando 39% da ocupação e registando a maior transação do ano: a colocação de 57.000 m² num único ativo logístico.

As rendas prime mantiveram-se estáveis após as revisões em alta no início do ano. Na região de Lisboa, os valores permanecem em 6,75 €/m²/mês em Oeiras–Cascais e 6,50 €/m²/mês em Amadora–Odivelas. No Porto, os submercados de Leixões e Santo Tirso–Trofa registam 5,50 €/m²/mês, enquanto Gaia–Espinho e Valongo se fixam nos 5,00 €/m²/mês.

De acordo com o comunicado, o mercado de investimento apresentou uma dinâmica particularmente forte, com um volume total de 152 milhões de euros até ao final de setembro, um crescimento de 212% face a 2024. As yields prime na Grande Lisboa mantêm-se estáveis nos 5,75%, refletindo a estabilidade da procura por ativos logísticos de qualidade.

Apesar do crescimento do investimento, o setor continua condicionado por uma suboferta estrutural de espaços logísticos modernos, insuficiente para responder à procura de operadores de logística contratada e empresas industriais.

 

 

 

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