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Supply Chain

Investimento em retalho e logística impulsiona mercado

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A Cushman & Wakefield divulgou a 45.ª edição do Marketbeat Portugal, que confirma uma forte recuperação do mercado imobiliário comercial no primeiro semestre de 2025. O investimento totalizou €1.260 milhões, mais 70% face a 2024, representando o melhor semestre dos últimos cinco anos.

O setor do retalho liderou o investimento, com 47% do capital alocado, seguido da hotelaria (27%). O capital estrangeiro manteve-se dominante, com 65% do total, sendo Espanha e Reino Unido responsáveis por mais de metade do montante europeu.

No retalho, foram registadas 395 novas aberturas no semestre, 69% das quais em comércio de rua. Lisboa concentrou 38% da nova oferta, com destaque para restauração (63% das aberturas), enquanto o Porto representou 13%, condicionado pela escassez de espaços na Baixa.

A perspetiva para os próximos anos mantém-se otimista: está prevista a entrada de 180.000 m² de ABL até 2028, sendo 86% da nova oferta em formato de retail park. O setor caminha para maior integração tecnológica, com IA aplicada a hiperpersonalização, “smart checkouts” e modelos de loja cada vez mais imersivos.

Na logística, a absorção caiu 50% no semestre, para 206.500 m², após máximos históricos em 2024. Apesar da quebra, a taxa de desocupação em Lisboa manteve-se nos 4,2%, confirmando a escassez de oferta qualificada. Cerca de 250.000 m² de novos projetos estão em construção, com 87% já pré-arrendados, mantendo pressão sobre os valores prime de arrendamento.

A procura é impulsionada pelo crescimento do e-commerce e pela tendência de nearshoring, que tornam estratégicas as localizações próximas de centros urbanos e a reconversão de espaços industriais. Projetos como a Plataforma Logística Lisboa Norte – Fase III e o Panattoni Park Lisbon-City reforçam a dinâmica do setor.

Eric van Leuven, Diretor Geral da C&W em Portugal, considera que “a diversidade setorial, o peso das operações de grande escala e a contínua atratividade para capital estrangeiro reforçam a confiança dos investidores”, prevendo que 2025 possa superar os volumes de investimento de 2024.

A aposta logística da Leroy Merlin e o backbone operacional

 

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