As receitas da Revolut ascenderam a 58,2 milhões de libras (65,5 milhões de euros) em 2018, o que representa um crescimento de 354% face ao ano anterior, anunciou a empresa esta terça-feira em comunicado.
A Revolut explica, nessa nota de imprensa, que o crescimento das receitas é fruto do “contínuo desenvolvimento da oferta core da empresa, do crescimento da base de clientes e da atividade dos utilizadores”. Para 2019, a empresa prevê que as receitas tripliquem.
No entanto, a empresa apresentou prejuízos. No ano fiscal que terminou a 31 de dezembro, a plataforma financeira, com sede em Londres, apresentou prejuízos de 32,8 milhões de libras (37 milhões de euros) que justifica com o “investimento continuado e expansão para novos mercados”.
A fintech destaca ainda o crescimento do número de utilizadores e também do volume de transações. A empresa ultrapassou os sete milhões de clientes, no Reino Unido e na Europa, em 2018, o que se traduz num crescimento acentuado face aos 3,6 milhões registados em dezembro de 2018.
Cerca de 3,7 milhões de utilizadores utilizam a plataforma todos os meses e cerca de 1,1 milhões de utilizadores estão ativos diariamente, diz.
Os custos diretos aumentaram contemplando a “emissão de cartões, os encargos associados a parceiros e os custos de aquisição de clientes”. No entanto, a empresa defende que “os resultados mostram uma melhoria na margem de lucros brutos para o negócio, na medida em que o crescimento da receita excedeu o aumento dos custos”.
“Estes números são muito importantes, porque revelam o nosso crescimento sustentado enquanto negócio”, revelou Nik Storonsky, CEO e fundador da Revolut. “Damos a resposta a uma necessidade que todos temos para resolver, que é a gestão do nosso dinheiro. Estamos muito orgulhosos de ter chegado tão longe e é ótimo ver os nossos clientes a usar os cartões Revolut para as suas necessidades financeiras diárias”, concluiu.
Em 2019, a empresa pretende apresentar um “crescimento recorde” apresentando “planos ambiciosos de crescimento e expansão, que estão agora alimentados por melhorias substanciais na nossa rentabilidade”.
Revolut atende clientes a partir de Matosinhos
Em 2015, quando foi criada, a Revolut apresentou-se como “uma alternativa digital aos grandes bancos” e criou um cartão pré-pago para viagens. De então para cá tem vindo a desenvolver “uma gama de serviços” diversificada incluindo soluções de gestão de despesas, controlo de orçamentos, troca de criptomoedas e, mais recentemente, compra e venda de ações.
Há cerca de três meses lançou uma funcionalidade de “donativos”, através da qual angariou mais de 440 mil euros para organizações não governamentais como World Wildlife Fund (WWF), Save the Children, ILGA Europe e Rainforest Alliance.
Geograficamente, a Revolut lançou uma versão beta na Austrália, em junho, e está em processo de implementação gradual dos serviços nos EUA, Canadá e Singapura.
A empresa tem atualmente sede em Londres e 15 escritórios por todo o mundo e mais de 1.400 colaboradores. investiu recentemente num novo centro tecnológico em Berlim, um novo escritório em Cracóvia e num centro de suporte ao cliente em Matosinhos, focado em áreas de compliance, reclamações e crime financeiro.
Desde a fundação, a Revolut captou aproximadamente 340 milhões de dólares em financiamento de empresas de capital de risco como a Index Ventures, a Ribbit Capital, a Balderton Capital e a DST Global.