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Pagamentos

UE quer acelerar adoção do euro digital para reforçar soberania financeira

UE quer acelerar adoção do euro digital para reforçar soberania financeira iStock

Os Estados-Membros da União Europeia (UE) manifestaram a intenção de acelerar a adoção do euro digital como meio de pagamento eletrónico, com o objetivo de fortalecer a soberania financeira da Europa.

A medida pretende reduzir a dependência de fornecedores norte-americanos e responder ao crescimento das criptomoedas estáveis.

 

“Num mundo cada vez mais digital, o euro digital oferece uma oportunidade estratégica para apoiar um sistema de pagamentos europeu competitivo e resiliente, que contribua para a autonomia estratégica e para a segurança económica da Europa”, afirmaram os chefes de Estado e de Governo na sua declaração conjunta.

O texto sublinha ainda “a importância de concluir rapidamente o trabalho legislativo e acelerar os preparativos técnicos”, após a recente aprovação do quadro normativo pelo Ecofin.

 

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, destacou que esta fase “é um passo fundamental para uma eventual emissão do euro digital” e recordou que o projeto “será crucial para reduzir a dependência de fornecedores não europeus e salvaguardar a soberania financeira”.

A nova regulamentação visa definir as bases da futura moeda: obrigação de aceitação por parte dos comerciantes, limites de detenção para evitar fugas de depósitos e parâmetros de utilização que garantam a estabilidade do sistema.

 

Contudo, o Parlamento Europeu ainda não deu a sua aprovação final e mantém reservas quanto à privacidade, acessibilidade e impacto sobre a banca tradicional.

No entanto, o contexto geopolítico tem dado novo impulso ao projeto. As tensões internacionais e o avanço das stablecoins, apoiadas pela Administração Trump, reforçaram a necessidade de a Europa controlar a sua própria infraestrutura de pagamentos digitais.

 

Assim, os líderes da UE reafirmaram o compromisso de “fortalecer o papel internacional do euro, tanto como divisa de reserva como de transação”, com o objetivo de ampliar o seu uso no comércio e nas finanças globais.

Ainda assim, reconheceram que a incerteza política continua a condicionar as perspetivas de crescimento económico da zona euro, apesar da descida da inflação e da solidez do mercado de trabalho.

 

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