A tradicional separação entre gerações no comércio digital está praticamente ultrapassada. O mais recente relatório da PYMNTS Intelligence, intitulado “How People Pay: Payment Choice Depends on Shopping Channel”, mostrou que já não é a idade que dita quem compra online, mas sim como cada consumidor prefere pagar.
De acordo com o estudo, realizado em janeiro com base num inquérito a 2.722 consumidores dos Estados Unidos da América (EUA), o comércio eletrónico tornou-se um hábito transversal. De reservas de viagens a compras de retalho, as várias gerações compram online em proporções semelhantes. A diferença está na escolha do meio de pagamento — um reflexo das atitudes face à gestão do dinheiro e à perceção de risco.
O cartão de débito continua a dominar nas lojas físicas, utilizado por 42% dos compradores na última compra presencial, contra 28% que optaram pelo crédito. No entanto, online o cenário inverte-se: 38% dos consumidores preferem pagar com cartão de crédito, enquanto apenas 30% escolhem o débito, uma mudança explicada pela maior sensação de segurança que o crédito oferece contra fraudes digitais.
De acordo com a análise, as carteiras digitais ganham espaço no comércio eletrónico — usadas por 16% dos consumidores nas compras online, o dobro do registado em loja (8%) — sinal de que são vistas como ferramentas de conveniência e privacidade nos ambientes virtuais.
Apesar da massificação do digital, o estudo revelou que o crescimento do eCommerce estabilizou, mantendo-se em 26% do total de transações de retalho face ao ano anterior. O comércio online deixou de ser uma tendência emergente e passou a integrar a rotina diária de todas as gerações, desde os baby boomers, que reservam viagens, aos jovens da Geração Z, que compram mercearias pela internet.
Ainda assim, persistem diferenças geracionais: os consumidores da Geração Z e os millennials são 72% mais propensos a fazer compras de supermercado e refeições online do que, por exemplo, os baby boomers.
Desta forma, o estudo conclui que, embora a revolução digital das compras esteja consolidada, a revolução dos pagamentos ainda decorre. Em 2025, o foco já não é quem compra online, mas sim como cada geração equilibra segurança, controlo e conveniência ao escolher entre débito, crédito ou carteiras digitais.
 

iStock
