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Logística

Parque logístico: Falta ‘qualidade’ e espaços com certificação ESG

A Savills Portugal anunciou esta terça-feira, 28 de maio, o resultado do seu estudo “Portugal Logistics Market: What’s Next?”, estudo que concluiu que o país tem nesta altura um stock logístico de 4,4 milhões de m², sobretudo concentrado nas regiões de Grande Lisboa e do Grande Porto.

Porém, a questão coloca-se, de acordo com os dados partilhados, na qualidade deste stock e na sua adequação às novas especificações ESG e de sustentabilidade, que levantam importantes discussões sobre a competitividade e nível de atratividade do país neste setor.

 

De acordo com a empresa, neste momento, a procura excede a oferta, mas o pipeline ainda disponível cifra-se em cerca de 320.000 m2, colocando a Savills o desafio não só na escassez de espaço, mas na qualidade do stock oferecido.

De acordo com a análise realizada pela Savills ao stock logístico nacional concluiu-se que cerca de 43% do stock é classificado com grade “C” ou inferior e que este cenário irá agravar-se até 2026.

 

Aliás, em 2026, 66% do stock logístico passará a grade “C”, devido ao tempo de construção prolongado e à falta de espaço disponível, o que não constituirá uma oferta adequada para o cliente final.

Adicionalmente, Portugal apresenta-se neste momento como o segundo destino global mais atrativo para a aplicação de uma estratégia de nearshoring, devido à sua proximidade a portos, redes de transporte bem estabelecidas e acesso eficiente a fornecedores e clientes, mas exibe dificuldades em termos de qualidade e respeito pelas necessidades de resposta a critérios ESG mais apertados, sendo que apenas 5% dos espaços tem certificação ESG.

 

Pedro Figueiras, Head of I&L da Savills, aponta: “O pipeline que temos é o maior dos últimos 15 anos e conta já com uma taxa de ocupação de 60%, num mercado que não tem uma cultura de pre-let. Tendo em conta que apenas 1/5 dos ativos em Portugal são realmente eficientes, numa perspetiva ocupacional é vital que a oferta de qualidade chegue ao mercado para o nosso desenvolvimento enquanto hub logístico. Numa perspetiva de investimento, constitui uma enorme oportunidade de requalificação e desenvolvimento do stock nacional.”

Por seu lado, Tiago Cortez, Capital Markets Associate da Savills, sublinha que “o nosso país foi dos primeiros a estabelecer o objetivo de descarbonização, o que demonstra um claro compromisso para com a sustentabilidade. Somos, provavelmente, um dos países mais competitivos do mundo em termos de workforce, ESG compliance, a par de custos industriais abaixo da média europeia, com a energia a ser maioritariamente produzida a partir de energias renováveis. No entanto, é necessário “vender” melhor o nosso país”.

 

 

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