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Logística

Maersk desbloqueia Mar Vermelho passando ‘centro logístico’ para o Dubai

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Com a tensão instalada no Mar Vermelho, fruto dos ataques Houthi a navios, muitos operadores estão a optar por mudar as suas rotas para não arriscarem perder o controlo dos seus navios. A Maersk anunciou recentemente em entrevista ao elEconomista que está a usar o Dubai como centro logístico para fintar o bloqueio.

Segundo o diretor-geral da empresa de navegação nos Emirados Árabes Unidos (EAU), Omã e Catar, Christopher Cook, desta forma a empresa consegue cortar alguns custos e manter eficiência nas operações. “Estamos a usar o porto de Dubai como centro logístico para fazer embarques via terrestre para Jeddah, que é o principal porto da costa oeste da Arábia Saudita. A partir daí podemos fazer ligação com os nossos navios e transitar para o Egipto, Turquia ou Itália, facilitando também a possibilidade de embarque aéreo, reduzindo assim até 70% do tempo que despendíamos até agora a percorrer África e economizamos 30% do custo total”, explica o gestor.

 

Relembre-se que a empresa foi forçada a suspender todas as suas operações através do Canal de Suez depois de um dos seus navios de carga ter sofrido um ataque das milícias Houthi. “Tivemos múltiplos ataques diretos aos nossos navios e aos nossos marinheiros, pelo que para garantir a segurança deles e dos nossos clientes e para continuar as nossas operações, tivemos que desviar rotas em torno do Cabo da Boa Esperança, aumentando os tempos de trânsito em duas semanas .”

Com uma frota de 700 navios e presença em 130 países, a empresa é responsável por 20% de todo o tráfego marítimo mundial. A retirada, no entanto, do Mar Vermelho foi um duro golpe para as suas contas.

 

A Maersk, relembre-se, anunciou no início de fevereiro, em comunicado, que fruto de todas as adversidades a sua previsão era atingir um ebitda (resultado operacional bruto) entre 1.000 e 6.000 milhões de dólares em 2024, o que compara com os 9.600 milhões que atingiu no ano passado.

O diretor-geral da empresa nos Emirados Árabes Unidos, Omã e Qatar reconhece que “o problema é que não sabemos quando poderemos voltar a cruzar o Canal de Suez e, embora pareça claro que não o será no curto prazo , e certamente não antes do final do ano, temos de estabelecer uma gama muito ampla de previsões.

 

 

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