Para que não existam dúvidas das linhas que se vão a coligação Portugal à Frente ganhou as eleições legislativas de 2015. Ponto. Não há segundas leituras. Contudo, e mais uma vez, Pedro Passos Coelho será refém de outros.
Passos Coelho na primeira legislatura estava refém da troika e dos acordos adjacentes a um país intervencionado. Agora, quando se vislumbrava a possibilidade de uma maioria absoluta, o povo português dá uma maioria parlamentar aos partidos de esquerda na Assembleia da República e Passos irá depender dos partidos à sua esquerda para fazer passar o seu orçamento e programa de governo.
Negociações atrás de negociações serão o prato forte da política portuguesa nos próximos meses. E é assim que deve ser – aliás é assim que acontecer por essa Europa fora. Contudo, é um cenário novo em Portugal. Será que já temos maturidade democrática para tal?
Será que Passos, que nunca teve de negociar nada vai conseguir, será que os partidos políticos pouco habituados a concessões vão conseguir fazê-lo?
Os próximos meses serão cruciais para o sabermos.