É uma das grandes tendências na Europa. Cidades como Paris, Berlim, ou Londres ditaram a moda que passou dos simples Cachorros Quentes ou Pretzels a comidas étnicas e sabores mais elaborados e diferenciados. Estamos a falar, claro, do Street Food.
Há cerca de dois anos deu-se o pontapé de saída tímido em Portugal – não esquecendo que há décadas que já existem, especialmente à noite, as roulottes dos hambúrgueres e afins para os mais noctívagos. Mas agora é diferente, a timidez ficou de lado. E são muitos os negócios de street food a surgirem
São empreendedores com novas ideias, retalhistas que já têm restaurantes e que experimentam a rua, são ideias de jovens que criam os seus nichos de produto, com o branding certo, e com qualidade, com um sorriso e muita simpatia – na maior parte das vezes. Desde as mil e uma utilizações de Nutella, aos Bagels, aos Wraps, ao Gin, aos frozen yogurts, etc.
Neste último verão foram raros os fins-de-semana em Lisboa e Porto sem festivais de street food. O que mostra bem o quão pujante está este novo segmento. E ainda bem.
Apenas há um senão. O preço. São comidas de roulottes, é street food com bom serviço a cliente, com um packaging muito interessante, mas os preços não são de comida de rua!!!
Por exemplo, pagar 3 euros por uma mini dose de Nutella que mal cabe numa colher de sopa e quatro pauzinhos de churros é um claro exagero. Isto para não falar de outros preços ainda mais inacessíveis à maioria das bolsas portuguesas que pude assistir este fim-de-semana nos espaços do bem organizado StrEatFood Festivalque se realizou em Lisboa.
Fico baralhado, quer-se democratizar a street food, ou torna-la em algo trendy que desaparecerá assim que a moda arrefecer? O que se pretende com preços tão altos? Claro que os custos de um novo negócio entram em conta no cálculo do PVP. Mas há que ter um certo cuidado no princing de algo que se quer mais descomprometido, mais direto e que prolongo a trendyness por muitos anos.