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Vendas dos centros comerciais aumentaram 15,9% e estão acima dos níveis pré-pandemia

Retalho português atraiu 1.200 milhões de euros de investimento em 2024 iStock

Os centros comerciais registaram um aumento do volume de vendas de 15,9% em dezembro do ano passado em comparação com o mesmo período de 2019. As conclusões são do relatório “Property Management Insights”, da consultora CBRE, que registou também um aumento no número de visitante de 6,5% relativamente aos níveis pré-pandemia.

O aumento do volume de negócios explica-se, em parte, pelo efeito da inflação, porém o crescimento é acentuado e acreditamos que também se tenha refletido num aumento de lucro para os operadores com melhor performance”, afirmou Soledad López-Cerón, diretora executiva corporativa e head of property management da CBRE na Península Ibérica.

 

De acordo com o relatório, este crescimento no volume de vendas “associa-se também ao bom momento económico que atravessa o país”, pois “Portugal regista baixíssimos níveis de desemprego e os excelentes resultados do turismo aumentam os níveis de confiança dos consumidores”. No entanto, o relatório salienta ainda que “este incremento está também influenciado pela inflação e poderá não significar um real benefício para o operador”.

Neste sentido, a análise da CBRE concluiu que os centros comerciais continuam a ser um ativo imobiliária de excelente performance em Portugal, em que a relação entre o movimento e as vendas nos centros comerciais continua a ser direta, ou seja, o aumento do número de visitantes continua a traduzir-se num maior volume de negócios do centro.

 

Esta situação não se verifica em Espanha, onde o volume de vendas regista um crescimento, mas a afluência de pessoas continua em níveis abaixo dos registados antes da pandemia.

Além disso, o relatório detetou também uma mudança do perfil dos consumidores e explica que “cada vez mais utilizam as lojas como pontos de recolha ou devolução de encomendas, sem consumo direto no local. Esta tendência tem sido acompanhada por uma mudança nos modelos de negócio dos operadores, aumentando a percentagem de vendas provenientes do online”. Desta forma, a análise da CBRE salienta que “as pessoas visitam os centros comerciais com a intenção de comprar e não passear”.

 

O relatório também enfatizou que os centros comerciais inseridos em torno de escritórios são aqueles em que se perdeu a relação mais direta entre vendas e o número de pessoas que visita o espaço. Mediante alterações nos modelos de negócio efetuadas pelos operadores, também a restauração verificou um crescimento nos serviços de take-away e delivery.

O impacto da inflação na gestão de ativos logísticos
Além do impacto da inflação nos resultados dos centros comerciais, também se fez notar no tipo de contratos celebrados no setor logístico. De acordo com o relatório, “é cada vez mais comum a celebração dos chamados contratos triple net, modalidade em que o ocupante ou inquilino é diretamente responsável por todas as despesas associadas ao armazém, como impostos, serviços públicos, prémios de seguros, despesas operacionais, reparos, entre outros”.

 

O relatório foi elaborado com base na análise de 36 centros comerciais em Espanha, 16 em Portugal, 60 escritórios e 486 armazéns logísticos. O documento inclui ainda os resultados de um inquérito realizado a 21 proprietários de centros comerciais em Espanha.

 

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