A Sonae anunciou esta semana os resultados do primeiro trimestre de atividade das suas empresas, destacando-se um crescimento de 11% nos primeiros três meses de 2024.
Em nota enviada às redações, Cláudia Azevedo, CEO do grupo, mostrou-se muito satisfeita com a aquisição do retalhista Musti, do setor de produtos para animais, mostrando-se igualmente agradada com o desempenho de MC e Worten.
“O ano começou de forma muito positiva para a Sonae. O sucesso da oferta pública de aquisição sobre a Musti nos países nórdicos foi um passo importante na nossa ambição de construir uma nova avenida de crescimento no nosso portefólio. Demos as boas-vindas à Musti (o retalhista líder no setor de produtos para animais de estimação nos países nórdicos) no nosso grupo e contamos ir mais longe juntos neste caminho”, começou por referir.
“Em termos globais, o desempenho dos nossos negócios foi novamente forte neste trimestre, tendo resultado num crescimento adicional (+2% face ao final de 2023) do valor do nosso portefólio para 4,6 mil milhões de euros (2,38 euros/ação)”, analisou.
“Os nossos negócios de retalho continuaram a superar-se no 1T24, com a MC e a Worten a reforçarem, mais uma vez, as suas posições de liderança. A MC manteve o seu foco incansável em oferecer a melhor proposta aos seus clientes e capturar novas melhorias operacionais, beneficiando, ao mesmo tempo, da recuperação dos volumes no negócio alimentar, suportada por um ambiente de consumo resiliente e efeitos de calendário favoráveis. A Worten apresentou uma melhoria das vendas e da rentabilidade, sustentada pelo crescimento do seu marketplace, num contexto de intensa atividade promocional no mercado de eletrónica. A Sierra e a NOS também continuaram a apresentar uma dinâmica positiva e melhorias no desempenho operacional e financeiro. Estes robustos resultados do nosso portefólio levaram o volume de negócios consolidado a aumentar 11% em termos homólogos para 2,1 mil milhões de euros, e o EBITDA consolidado a crescer 13% em termos homólogos, para 180 milhões de euros”, sintetizou.
Um dos destaques do documento apresentado prendeu-se também com o investimento do grupo. Segundo o explicado, nos últimos 12 meses, foram investidos 1,2 mil milhões de euros. “O investimento consolidado da Sonae superou os 1,2 mil milhões de euros nos últimos 12 meses, com o investimento no 1T24 a superar os 700 milhões de euros. Nos primeiros três meses do ano o Grupo investiu no reforço da internacionalização do portefólio e prosseguiu a sua aposta no mercado português, com destaque para expansão e remodelação do parque de lojas da MC”, lê-se no comunicado.
“Todos nós, na Sonae, continuaremos dedicados em obter um crescimento forte e sustentável, e empenhados em melhorar a resiliência operacional do nosso portefólio, garantindo, simultaneamente, uma integração bem-sucedida das novas empresas e das suas pessoas. Apesar do enquadramento económico volátil, mantemos a confiança e o foco na nossa missão de criar valor económico, social e natural de longo prazo para todos”, terminou a responsável máxima da Sonae.
Confira os principais dados das diversas vertentes operacionais:
- No retalho alimentar, a MC prosseguiu com a expansão e remodelação do parque de lojas, abrindo 28 unidades durante o 1T24, das quais seis novas lojas de proximidade Continente Bom Dia. Estes desenvolvimentos, juntamente com melhorias na infraestrutura tecnológica e logística, levaram o investimento (capex) da MC a atingir 57M€ (+15%). No setor de retalho alimentar português, o ambiente concorrencial no 1T24 permaneceu dinâmico e a inflação alimentar reduziu significativamente quando comparada com o ano anterior (20,5% no 1T23 vs 1,2% no 1T24), favorecendo a resiliência do consumo, e a competitividade no mercado permaneceu elevada. Neste contexto, a MC reforçou a sua quota de mercado e o seu volume de negócios aumentou 9,4% yoy para 1,6 mil milhões de euros no 1T24, beneficiando do sólido desempenho tanto no negócio alimentar como no de saúde, beleza e bem-estar. O crescimento LfL no negócio alimentar atingiu 7,4%, motivado por uma robusta recuperação dos volumes, mas também pelo contexto de redução da inflação alimentar e pelos efeitos positivos do calendário (ano bissexto e Páscoa).
- No retalho de eletrónica, a Worten começou o ano de forma positiva, reforçando a sua posição de liderança num contexto de mercado fortemente concorrencial. No 1T24, o volume de negócios atingiu 310M€, crescendo 9,3% em relação ao ano anterior (+5,3% LfL). As categorias core (eletrónica e eletrodomésticos) e as novas avenidas de crescimento (serviços e novas categorias de produtos) impulsionaram este crescimento, com a empresa a capitalizar no seu marketplace, para robustecer a gama de produtos, e na sua oferta de serviços, para aumentar a share of wallet. O canal online continua a demonstrar uma forte resiliência trimestre após trimestre e, face ao período homólogo, as vendas cresceram 17% e reforçaram o seu peso no volume de negócios para 16%. A iServices apresentou um crescimento sólido do volume de negócios, expandindo simultaneamente a sua presença em Portugal e internacionalmente, nomeadamente em Espanha, França e Bélgica, abrindo um total de sete novas lojas, das quais três fora de Portugal.
- No setor imobiliário, a Sierra registou um bom início de ano, com o portefólio europeu de centros comerciais a ter um forte desempenho. Durante o 1T24, ficou demonstrada, mais uma vez, a resiliência e qualidade dos ativos: as vendas dos lojistas cresceram 7,4% em termos comparáveis e as taxas de ocupação permaneceram elevadas (+0,3pp para 98,0%). A área de serviços continuou a avançar na execução da sua estratégia, com movimentos relevantes de diversificação setorial e de novos veículos de investimento (como a aquisição do primeiro hotel pelo seu veículo de investimento em ativos de hotelaria). Numa base proporcional, o resultado direto aumentou 3% vs 1T23 para 15M€, essencialmente devido ao forte desempenho do portefólio europeu de centros comerciais, com o resultado líquido a atingir 14M€.
- Nas tecnologias, a Bright Pixel continuou a executar a sua estratégia e a valorizar os investimentos do seu portefólio ativo, que atualmente inclui 43 empresas localizadas em todo o mundo, em áreas como cibersegurança, tecnologias de retalho e infrastructure software. Durante o 1T24, a Bright Pixel priorizou o desenvolvimento de um pipeline de potenciais empresas para expandir o seu portefólio nos próximos trimestres, mantendo-se simultaneamente focada na gestão ativa do seu portefólio. O valor (NAV) e o capital investido do portefólio ativo situaram-se nos 344M€ e 177M€, respetivamente, representando um cash-on-cash potencial de 1,9x do portefólio atual.
- Nas telecomunicações, a NOS começou o ano de forma robusta, mais uma vez com um sólido crescimento de vendas e de rentabilidade, suportado por um desempenho muito positivo das Telecomunicações. Nas contas consolidadas da Sonae, o contributo da NOS pelo método de equivalência patrimonial atingiu 24M€ no 1T24, significativamente acima dos 10M€ registados no 1T23, explicado pela melhoria do desempenho operacional e por um efeito não recorrente relativo ao recebimento de taxas de atividade na sequência de uma decisão judicial favorável.