74% dos portugueses consideram que a situação financeira do seu agregado familiar piorou em relação à situação vivida há cinco anos. A conclusão é do estudo Observador Cetelem, que indica ainda que esta é uma percentagem substancialmente acima da média europeia (52%) e que faz de Portugal o país onde os inquiridos têm a pior perceção da evolução da sua situação financeira.
Os resultados mostram também que apenas 15% dos portugueses consideram que a situação melhorou desde 2009 (média europeia: 32%). “Apesar da Europa estar a entrar numa fase de ligeiro crescimento, mais de um em cada dois europeus acredita que a situação financeira do seu agregado familiar é menos favorável agora do que em 2009. Após a adoção das medidas de austeridade, dois terços dos espanhóis e dos italianos consideram que a sua situação financeira se degradou. Por outro lado, 40% dos alemães, britânicos e romenos consideram que estão melhores hoje do que há cinco anos”, indica o estudo.
Quanto ao poder de compra, um quarto dos europeus estima não vir a ter nenhumas restrições nos próximos meses. Já no caso português, 79% dos consumidores inquiridos admite sentir algumas ou muitas restrições ao seu atual poder de compra e apenas 2% afirmam não ter quaisquer limitações.
“Apesar de a Europa estar novamente a atravessar uma fase de crescimento económico, são ainda muito visíveis os efeitos da crise. Com o início do programa de ajustamento em 2011, os portugueses tiveram que lidar com um enorme aumento de impostos e com a eliminação de muitos benefícios para as famílias, o que deu origem a uma deterioração do seu poder de compra. É por isso mesmo expectável que os portugueses tenham ainda uma perceção negativa da sua situação financeira”, explica Diogo Lopes Pereira, diretor de marketing do Cetelem.