Os retails parks estão novamente na moda? A pergunta foi lançada por uma publicação britânica que dá conta de que cada vez mais este tipo de espaço comercial está a ganhar relevância.
Sendo um formato de ‘conveniência’, onde cada vez mais os consumidores podem fazer as suas compras de forma combinada, os retail parks no Reino Unido têm verificado um crescimento substancial.
A título de exemplo, a British Land, considerada a maior proprietária de parques comerciais do Reino Unido, reportou no último ano financeiro um salto de 6% nas vendas do seu portfólio, porém, os dados animadores não se ficam por aqui, isto porque o Nugent Shopping Park, em Orpington, Kent, está, por exemplo, a exibir números de crescimento excecionais, com vendas a disparerem 90% em comparação com 2018.
Mas a que se deve o sucesso deste último parque comercial? Ora bem, o Nugent – que abriu em 2006 – foi impulsionado por uma multiplicação de novos retalhistas que abriram no Retail Park, com marcas como a Boots, Superdrug e JD Sports a fazerem parte do lote de retalhistas que querem estar ‘presentes’.
Matthew Reed, responsável da gestão dos ativos da British Land, refere “Se voltarmos a meados da década de 2000, havia um tipo bastante limitado de retalhista que iria para os parques de retalho. Após a Covid, estamos a verificar que estão a surgir muitos mais nomes”.
Mas não se pense que a moda fica por estas marcas. A Primark, por exemplo, abriu recentemente um espaço comercial no Teesside Retail Park, da British Land, figurando agora ao lado de marcas como Mango, Moss Bros e White Stuff, as retalhistas de beleza como a Lush e a Rituals, e os estabelecimentos de restauração Pret e Wagamama.
Tendo aberto o apetite de retalhista de renome internacional, também ofertas mais ‘gourmet’ têm feito aposta em estar presentes em retail parks. Para se ter uma ideia, a marca Hotel Chocolat, que entre as 12 lojas lançadas no ano passado todas foram inauguradas em retail parks.
A responsável de marketing de cliente do Hotel Chocolat, Amy Harman, referiu a este propósito: “É aí [retail parks] que estamos a ver movimento e procura. Há mais intenção por parte dos consumidores. Eles estão a sair para um dia de compras e em busca de uma experiência.”
Explica o site Retail Gazette que muita desta procura está relacionada com as novas necessidades do consumidor, mais omnicanal, mas também mais disponível a visitar espaços que primem pela acessibilidade. Assim, os retalhistas têm juntado esse ingrediente a dois outros extremamente importantes: acessibilidade financeira (preços mais baixos para ocupação do espaço) e adaptabilidade (às necessidades presentes).
“Do ponto de vista da acessibilidade, o formato de Retail Park oferece rácios de custos de ocupação incrivelmente baixos em comparação com os centros comerciais. (…) Os consumidores realmente buscam conveniência e velocidade, e os parques comerciais seguem diretamente essa tendência”, afirma Matthew Reed.

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