Depois de uma fase em que a cadeia de abastecimento esteve sob tensão devido às paragens provocadas pela pandemia de Covid-19, o cenário atual, ultrapassada, aparentemente, a pior fase dos contágios pelo novo coronavírus, não é muito melhor, sobretudo devido à instabilidade geopolítica provocada pela guerra na Ucrânia.
Agora, fazendo um balanço do que foi a campanha de Natal e, de seguida, promoções, o Advanced Supply Chain Group lembra que se podem evitar perdas usando alguma tecnologia e muita paciência a trabalhar dados para prever procura e oferta de bens.
Segundo os dados recolhidos pela entidade acima citada, um em cada cinco retalhistas auscultados relatou que as vendas de Natal, incluindo as vendas da Black Friday, estiveram no último ano entre 21% e 30% abaixo das previsões, enquanto um número semelhante viu os lucros, antes de impostos, serem entre 16% a 20% abaixo das expectativas.
Cenários de falta de stock significaram vendas perdidas para 46% dos retalhistas, sendo que quase um terço (32%) relatou que os problemas da cadeia de abastecimento aumentaram as suas despesas gerais e reduziram as margens.
Defende, por isso, o ASCG quatro medidas para minorar estes ‘problemas’.
Antecipar encomendas
Comprar as mercadorias antecipadamente foi uma tendência que começou a ganhar tração após a pandemia e é uma das que os retalhistas pretendem aproveitar em 2022. Um terço dos auscultados planeia fazer pedidos de stock no início deste ano para mitigar a problemas na cadeia de abastecimento, com a maioria (27%) a preparar os pedidos habituais entre seis a oito semanas antes dos cronogramas estabelecidos.
Investir em software
Os retalhistas estarão a preparar-se para aumentar a visibilidade da cadeia investindo em software mais personalizado. A utilização de novas ferramentas pode fornecer informações precisas e atualizadas que proporcionam total transparência, possibilitando uma gestão de stock centralizada.
Aumentar a eficiência
Com a imprevisibilidade de muitos dos agentes a atuar na cadeia, com custos a aumentarem, tentar evitar o aumento dos custos de fretagem e as despesas operacionais ou prever quando as despesas gerais podem estabilizar é uma tarefa complexa. Como resposta, o retalho está, cada vez mais, a alterar os fatores que pode controlar melhor. Eles estão a auditar as suas próprias estratégias da cadeia para encontrar eficiências que possam compensar a diluição da margem pelo aumento de outros custos.
Criar planos b
A ideia de ter uma operação ágil e que corra na perfeição é o foco de todos os retalhistas, sobretudo os que atuam no mercado de FMCG. Porém, hoje é difícil de executar uma estratégia sem percalços, pelo que os retalhistas começam a trabalhar como plano A o ter um plano B. Estar preparado para cenários indesejados permite responder melhor a qualquer falha na cadeia.