Portugal está entre os seis países do mundo com menor índice de perda desconhecida no setor do retalho, no sexto lugar, e situa-se abaixo da média europeia. A conclusão é do Barómetro Global do Furto no Retalho 2014-2015, elaborado pelo The Smart Cube e pelo investigador Ernie Deyle, com o apoio da Checkpoint Systems.
O ranking dos países com menor índice de furto no retalho é liderado pela Noruega, Suíça e França e conta ainda com países como Polónia e Reino Unido, nos quarto e quinto lugares, respetivamente.
O estudo recentemente publicado revela que os valores da perda desconhecida em Portugal situam-se em 0,9% das vendas, o que corresponde a cerca de 301 milhões de euros da faturação total do setor em 2014-2015 e um valor abaixo da média europeia de 1,05%.
A principal causa de perda desconhecida e a razão apontada pelos inquiridos portugueses como sendo o furto externo, ou seja, a delinquência nos meios comerciais, representa 52% das perdas, seguida pelo furto por colaboradores desonestos (29%), a fraude por provedores (13%) e, por fim, as consideradas perdas administrativas (6%).
De um modo geral, as perdas registam-se sobretudo em hipermercados (1,2%) e retalhistas de vestuário (1,08%). Por outro lado, as perdas mais baixas registam-se nas lojas de produtos desportivos e retalhistas diversos, com perdas de 0,71% e 0,5%, respetivamente.
“À semelhança do que se passa em toda a Europa, os artigos com maior índice de furto são essencialmente smartphones, tablets, acessórios de telemóveis, lâminas de barbear, sapatos e acessórios de moda, bebidas alcoólicas e carnes frescas – todos eles por serem fáceis de ocultar e ao mesmo tempo por possuírem um potencial de revenda bastante elevado e rápido, que os torna produtos apetecíveis para os ladrões. O furto aumenta ainda no inverno e no verão, coincidindo com as épocas festivas e estivais”, refere a Checkpoint Systems.
No que diz respeito à prevenção das perdas, o estudo indica também que os retalhistas portugueses investem cerca de 0,96% dos seus lucros em soluções de prevenção, um pouco abaixo da média europeia de 1,07%.
Os sistemas de CCTV e a existência de seguranças em loja são os mais comuns, em 73% dos retalhistas inquiridos, mas são ainda de destacar os alarmes, sistemas de controlo logístico para a cadeia de distribuição e a análise de dados recolhidos, com valores acima dos 50% de respostas afirmativas nos retalhistas entrevistados.
As antenas e etiquetas EAS têm em Portugal um uso generalizado, mas os retalhistas recorrem ainda a aranhas e keepers (64%) e análise de dados (18%) como instrumentos de proteção ativa dos produtos. No que ao inventário diz respeito, o mais comum em Portugal é a contagem trimestralmente (45%), anualmente (36%), sendo que apenas 19% dos inquiridos realizada contagens mensais.