Quantcast
Retalho

Plataforma online quer ser “AirBnB para espaços comerciais”

retalho
Juntar proprietários que têm espaços cheios de potencial com marcas com histórias para contar. Eis o mote para criação da plataforma online gratuita Yoochai que, desde o arranque da sua atividade, contou com mais de 40 mil visitas e garantiu mais de 100 mil euros de benefícios aos proprietários de espaços comerciais parceiros.

Christina Lock, CEO e founder da Yoochai, tem 29 anos, sempre trabalhou em finanças, e já viveu em Londres, Hong Kong e Madrid. Mudou-se há oito anos para Lisboa devido a uma proposta de trabalho feito por um banco português. Cedo constatou, não só a existência de várias lojas fechadas, como também da falta de consciência relativamente ao aproveitamento do espaço.

A quantidade de espaços vazios e mal aproveitados em Lisboa associada ao desejo de criar um negócio próprio, fizeram nascer a Yoochai, dentro da incubadora de novos negócios da capital, a Startup Lisboa. A riqueza cultural com que foi contactando ao longo dos anos ajudou-a a criar a primeira plataforma online que pretende juntar marcas que procuram espaços de retalho temporário e proprietários de imóveis comerciais.

As marcas têm assim a oportunidade de criar laços com os seus clientes que vão além do online. As empresas conseguem, por sua vez, testar um mercado específico, criar uma experiência diferente e ajudam ainda a revitalizar e a aproveitar espaços devolutos ou pouco utilizados. Mas afinal como funciona na prática? “É uma espécie de Airbnb, mas para espaços comerciais”, defende a equipa da plataforma, fundada em 2015 e lançada em março de 2016. “Os primeiros meses foram passados em modo offline com o intuito de testar o mercado e perceber se havia uma oportunidade”, explica a CEO.

Os responsáveis por marcas podem ir ao site www.yoochai.com e procurar um local que seja do seu agrado. Depois, é uma questão de marcarem as datas que pretendem, e à distância de um clique, a loja passa a estar aberta. “Além disso, a Yoochai trata de todas as questões legais e pagamentos, de forma a minimizar os riscos, tanto para o proprietário, como para o arrendatário. Abrir uma loja pop-up ou uma loja temporária passa a ser tão fácil como marcar umas férias”, defende a equipa.

Entre as opções mais comuns, as marcas encontram “lojas conceito, como o Palácio Chiado e a Galerias de São Bento, showrooms, lojas vazias que se encontram em ruas principais da cidade e corners em lojas estabelecidas e proeminentes”.

No primeiro ano da sua existência, a Yoochai tem estado a firmar e a desenvolver relações duradouras com as principais imobiliárias e proprietários comerciais em Portugal. “O sucesso alcançado pela Yoochai desde o seu lançamento fala por si. Mais de 200 marcas solicitaram os nossos serviços. Os espaços disponíveis cresceram 12% por mês e a lista de clientes é diversa, incluindo marcas das áreas de moda local, acessórios e decoração de interiores, mas também nomes, como a Biocol Labs, um fabricante de suplementos alimentares inteiramente naturais, e a Hotpod Yoga, o estúdio conceito itinerante de hot yoga que nasceu em Londres”, salienta a responsável.

As opções mais originais variam entre armazéns, boutiques de praia, ginásios premium, um hostel para jovens ou um quiosque de rua com vistas panorâmicas. “As rendas variam entre 100€ por mês a 300€ por dia, dependendo do tamanho, características e localização dos espaços”.

Arrendamentos de um dia a um ano

A palavra de ordem é “descomplicar” uma vez que esta plataforma proporciona “o acesso imediato a espaços de retalho exclusivos, quer sejam lojas vazias à espera de um novo conceito, como um showroom ou evento, quer sejam cantos dentro de uma loja existente, de uma forma simples”, reforça Christina Lock.

O balanço até ao momento é positivo. “Só no primeiro semestre deste ano chegámos a cerca de 60 pop-ups e perto de 200 pedidos de reserva, o que se traduz num aumento bastante grande relativamente ao ano anterior. O crescimento tem sido orgânico e o futuro mostra-se promissor”, acrescenta.

A plataforma contou, desde o seu lançamento e até à data de fecho desta edição, “com 40 mil visitas permitindo aos proprietários de espaços comerciais presentes na mesma receber mais de 100 mil euros”. Os espaços disponíveis podem ser arrendados desde um dia até um ano, “sendo esta a ideia onde o conceito pop-up assenta”.

Os desafios atuais passam agora por transformar a forma como se fazem as transações imobiliárias. “O nosso conceito é relativamente novo em Portugal, sendo ainda necessário ajudar o mercado a perceber as nossas vantagens”.

Por outro lado, pretende-se facilitar o processo de arrendamento no nosso país. “Brevemente, poderão também realizar todo o processo de reserva e pagamento. Temos também concierges totalmente dedicados a ajudar os nossos clientes em todas as etapas”.

As zonas de maior procura por parte das empresas são Lisboa, Porto e Algarve, sendo nelas que a empresa mantém o foco enquanto estratégia de crescimento. “No entanto, queremos estender a nossa oferta a mais cidades, incluindo na Europa”, explica a CEO. No próximo ano, serão adicionadas novas ferramentas e serviços à plataforma de modo a melhorar a experiência dos nossos clientes.

“Ao fazer parte do peer-to-peer e do panorama da economia partilhada, como o Etsy, Airbnb e Uber que ligam pessoas para criarem novas oportunidades, a Yoochai tem como objetivo reinventar o retalho”, conclui Christina Lock.

Artigo publicado na edição de dezembro/janeiro de 2017 da revista DISTRIBUIÇÃO HOJE

Não perca informação: Subscreva as nossas Newsletters

Subscrever