A única constante do mercado é a sua volatilidade. O que hoje é certo e tendência, amanhã evolui para novas dinâmicas e novos hábitos de consumo. E só uma marca consciente deste facto consegue destacar-se no seu setor e tornar-se na escolha de eleição pelos consumidores. E na distribuição e retalho não é diferente. Se antes as empresas tinham de segmentar os tipos de clientes em dois ou três grupos, hoje talvez dez já não sejam suficientes. Só uma marca atenta ao que os clientes procuram e às diferenças entre eles, pode dar as respostas adequadas ao sucesso do seu negócio.
E é com base na segmentação do mercado e das suas necessidades que surgem as respostas que distinguem uma marca das restantes e que a tornam num exemplo em toda a cadeia de distribuição. É, por isso, importante que cada marca tenha a capacidade de auscultar os seus consumidores, para conseguir adaptar a sua oferta àquilo que estes privilegiam. Pessoalmente acredito que já não são as marcas que criam as necessidades nos consumidores, mas sim o mercado. Hoje, são os consumidores que exigem às marcas acompanhar a evolução tecnológica, o compromisso necessário para com a sustentabilidade (a todos os níveis), e a emergência de novas tendências e dinâmicas de como as pessoas interagem com produtos e marcas. Inovar é, portanto, um fator-chave nesta equação, na medida em que é a própria inovação um suporte para a sustentabilidade do negócio e do seu crescimento.
E a inovação surge através de diversas formas. Como exemplo prático, posso destacar as mudanças de paradigma nas entregas expresso, em que as encomendas começaram a ser deixadas e levantadas através de redes de proximidade, as lojas e lockers Pickup, também eles premiados pelos consumidores, como alternativa às entregas nas moradas dos destinatários. Esta solução, para além de contribuir para a redução do consumo de combustíveis, recursos e gasto de tempo (de quem entrega e de quem recebe), também veio dar resposta a clientes com um quotidiano atribulado que preferem ir levantar as suas encomendas quando e onde lhes é mais conveniente, sem terem de ficar em casa à espera. Este exemplo demonstra como, a partir de uma necessidade crescente de um segmento do mercado, é possível criar soluções práticas e adequadas que aproximam a marca ao consumidor, face ao valor acrescentado do serviço prestado.
Mas, para liderar e ter sucesso, uma marca tem de ser capaz de até antecipar o mercado e aquele que virá a ser o seu futuro, criando soluções e serviços disruptivos que venham preparar toda a cadeia de distribuição para um setor que será cada vez mais tecnológico. Neste caso, cada vez se fala mais em entregas robotizadas, a partir de drones e robots que levam as encomendas até à porta dos Clientes, e a verdade é que tudo é possível, e viável, desde que as marcas oiçam o mercado e a possível adesão dos seus clientes aos vários temas e serviços, tendo em conta a inovação tecnológica.
Sem inovação não há novidades, melhorias e excelência. Assim, para uma marca subsistir e distinguir-se no mercado da distribuição, sendo escolhida, reconhecida e premiada pelos seus consumidores, tem de conseguir pensar além do dado por adquirido e encontrar soluções cada vez mais qualitativas, que tragam valor à experiência de compra e às diferentes necessidades e tipologias de cliente que o mercado tem vindo a registar. Pensar mais à frente e estar mais à frente é uma vantagem competitiva.