O retalho está a apostar na IA generativa. A moda é uma das precursoras e poderá ser uma das mais impactadas, considera a Insider Intelligence, empresa dedicada a estudos e inteligência de mercado. A McKinsey estima que a IA generativa poderá adicionar entre 150 mil milhões e 275 mil milhões de dólares aos lucros da indústria da moda nos próximos três a cinco anos.
O impacto deve-se principalmente a três grandes razões:
- As grandes marcas de moda são das primeiras a adotar nova tecnologia, tendo sido precursoras na adoção de conceitos e ferramentas como o metaverso, a realidade aumentada e os NFTs;
- O retalho de moda está dependente do comércio eletrónico. O vestuário e os acessórios são responsáveis por 18,7% de todas as vendas digitais nos Estados Unidos da América;
- As marcas precisam de resolver os problemas de devolução, com quase um quarto das vendas de retalho nos EUA terem sido devolvidas em 2022.
Aliado a isso, os consumidores não estão contra a utilização da IA generativa pelas marcas. A maioria apoia fortemente ou de alguma maneira a utilização para desenhar novos produtos ou serviços, criar publicidade ou conteúdo, oferecer recomendações personalizadas e oferecer apoio ao cliente.
A aplicação prática no retalho de moda
A nível prático, a IA generativa poderá auxiliar os consumidores a encontrar produtos. No entanto, é necessário ter em conta que é preciso dados suficientes de alta qualidade para apoiar recomendações relevantes e fazer a sua manutenção. Aliado a isso é preciso garantir que dados proprietários não são partilhados numa maneira que comprometeria a sua segurança.
No campo do design e informação de produto, pode desempenhar um papel em melhorar as páginas de descrição. No entanto, a recolha de dados pessoais e o papel dos modelos virtuais podem ser controversos. Por exemplo, a Levi’s anunciou recentemente planos para usar modelos gerados pela inteligência artificial e foi criticada por falhar em avançar com diversidade de uma forma real.
A transparência também é importante, com mais de 70% dos inquiridos num questionário da Dentsu, em março, concordarem que as marcas devem informar sobre a utilização de IA em funções voltadas para o consumidor.
Finalmente, a IA generativa pode auxiliar na customização e cocriação de produtos, permitindo, por exemplo, aos consumidores customizar facilmente ou sugerir produtos que gostariam que fossem criados. O risco associado são os problemas associados com a propriedade intelectual.