As receitas das 250 maiores empresas de retalho do mundo atingiram os 4,5 biliões de dólares em 2014, o que representa um crescimento estável de 4,3% quando comparado com os 4,1% de 2013, revela a Deloitte no seu estudo Global Powers of Retailing 2016: Navigating the new digital divide.
De acordo com o estudo da Deloitte trata-se de um sinal positivo para a indústria, que até há pouco tempo registava um declínio nas receitas. Contudo, o cenário não é homogéneo quando analisadas as diferentes regiões: enquanto os retalhistas da América do Norte e da região da África e Médio Oriente obtiveram um aumento nas receitas, os países da região da Ásia/Pacífico, Europa e América Latina registaram um declínio no crescimento.
As cadeias norte-americanas Wal-Mart Stores e Costco Wholesale Corporation mantêm a liderança no ranking global (1.º e 2.º lugar, respetivamente), com base no desempenho financeiro, região geográfica, sector e atividade de e-commerce das 250 maiores empresas de retalho do mundo. A novidade neste ano é a empresa norte-americana The Kroger Co. que sobe para a terceira posição do ranking, substituindo a francesa Carrefour.
“O lento crescimento económico em vários mercados, juntamente com a redução da inflação, a queda no preço dos combustíveis e a força do dólar americano estão entre os fatores que mais motivaram estas desigualdades entre os retalhistas das diferentes regiões”, explica Ira Kalish, Chief Global Economist da Deloitte.
“Para os retalhistas dos EUA, a força do dólar significou um maior poder de compra para os consumidores daquele país. Além disso, contaram com um sólido crescimento económico e com a melhoria das condições no mercado de trabalho. Por outro lado, a economia chinesa revelou um considerável abrandamento durante este período, em grande parte devido à redução nas exportações e no investimento. Ainda assim, as despesas no mercado de consumo continuaram a revelar-se fortes, muito embora o setor de bens de luxo tenha vacilado”.
As regiões em causa revelaram também um diferente desempenho do resultado, mas no geral a tendência foi de descida. O relatório indica que os 250 maiores retalhistas do mundo apresentaram uma margem de lucro líquido composta de 2,8%, em 2014, que compara com os 3,4% de 2013.
Retalhistas nacionais em 59º e 157º no ranking
A nível nacional, a Jerónimo Martins SGPS e a Sonae SGPS asseguraram lugares relevantes na tabela, na 59ª e 157ª posições, respetivamente. O estudo destaca a subida da Jerónimo Martins SGPS que na edição de 2009 se encontrava na 116ª posição do ranking. Esta subida de 57 posições representa um aumento de receitas de 7.333 milhões de dólares no ano fiscal 2007 para um total de 16.856 milhões de dólares no ano fiscal de 2014. Para além de obter um lugar nos 60 maiores retalhistas do mundo, esta sólida progressão traduziu-se ainda, para a Jerónimo Martins SGPS, S.A., na entrada para a tabela dos 50 retalhistas que mais rapidamente estão a crescer a nível mundial.
“O desempenho e reconhecimento internacional da Jerónimo Martins e da Sonae são motivo de orgulho para a economia portuguesa, em geral, e para o sector da distribuição, em particular, e constituem certamente um estímulo para que outros patamares de crescimento sejam atingidos no futuro.” afirma Luís Belo, responsável pela indústria de Consumer Business e sócio da Deloitte Portugal.