Com esta mudança, no entanto, informa a empresa que “os direitos de voto inerentes às ações da Jerónimo Martins, SGPS S.A. objeto da compra e venda anteriormente mencionada permanecem imputados à Francisco Manuel dos Santos, SGPS S.A.”
Segundo avançou José Soares dos Santos, administrador executivo da sociedade Francisco Manuel dos Santos, à agência Lusa, a venda da posição que a empresa detinha na Jerónimo Martins não se deveu a “implicações fiscais” e “não existe alteração à carga fiscal que incide sobre dividendos, essa é da inteira responsabilidade dos acionistas da sociedade”.
A justificação da operação não está na situação financeira da empresa, segundo o responsável, que acrescentou que “o grupo Jerónimo Martins encontra-se numa situação muito sólida de geração de caixa e num momento em que o seu endividamento atingiu níveis consideravelmente baixos”.
Ou seja, segundo o administrador, a situação torna o grupo “bastante autossuficiente em relação aos seus acionistas”, o que “vai permitir à sociedade Francisco Manuel dos Santos acelerar o seu processo de crescimento”.
José Soares dos Santos acrescentou ainda que “este tipo de preparação [o aceleramento do processo de crescimento] faz-se de uma forma planeada e estruturada e quando os seus negócios não precisam de suporte extraordinário, previsivelmente”.
Entretanto o caso da Jerónimo Martins já causou reações do PCP e do Bloco de Esquerda, que vão levar o caso ao Parlamento sexta-feira, dia 13 de janeiro: em discussão estarão as propostas apresentadas por estes partidos de impôr uma tributação a todas as empresas que deslocalizem os seus capitais para o estrangeiro.