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Jerónimo Martins “vendeu-se” à sua subsidiária holandesa

Jerónimo Martins vai encerrar 21 lojas Electric Co

Segundo anunciou ontem a Sociedade Francisco Manuel dos Santos, SGPS S.A. e a Sociedade Francisco Manuel dos Santos B.V., foi no passado dia 30 de dezembro, que “a Sociedade Francisco Manuel dos Santos, SGPS S.A. vendeu à Sociedade Francisco Manuel dos Santos B.V., que comprou àquela, 353.260.814 ações da sociedade aberta Jerónimo Martins, SGPS S.A., representativas de 56,136% do capital social e 56,213% dos respetivos direitos de voto”.

Com esta mudança, no entanto, informa a empresa que “os direitos de voto inerentes às ações da Jerónimo Martins, SGPS S.A. objeto da compra e venda anteriormente mencionada permanecem imputados à Francisco Manuel dos Santos, SGPS S.A.”

Segundo avançou José Soares dos Santos, administrador executivo da sociedade Francisco Manuel dos Santos, à agência Lusa, a venda da posição que a empresa detinha na Jerónimo Martins não se deveu a “implicações fiscais” e “não existe alteração à carga fiscal que incide sobre dividendos, essa é da inteira responsabilidade dos acionistas da sociedade”.

 

A justificação da operação não está na situação financeira da empresa, segundo o responsável, que acrescentou que “o grupo Jerónimo Martins encontra-se numa situação muito sólida de geração de caixa e num momento em que o seu endividamento atingiu níveis consideravelmente baixos”.

Ou seja, segundo o administrador, a situação torna o grupo “bastante autossuficiente em relação aos seus acionistas”, o que “vai permitir à sociedade Francisco Manuel dos Santos acelerar o seu processo de crescimento”.

 

José Soares dos Santos acrescentou ainda que “este tipo de preparação [o aceleramento do processo de crescimento] faz-se de uma forma planeada e estruturada e quando os seus negócios não precisam de suporte extraordinário, previsivelmente”.

Entretanto o caso da Jerónimo Martins já causou reações do PCP e do Bloco de Esquerda, que vão levar o caso ao Parlamento sexta-feira, dia 13 de janeiro: em discussão estarão as propostas apresentadas por estes partidos de impôr uma tributação a todas as empresas que deslocalizem os seus capitais para o estrangeiro.

 

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