O mercado do retalho nos Estados Unidos da América voltou a sofrer um golpe, com várias marcas a anunciarem esta semana que vão encerrar centenas de lojas, colocando milhares de pessoas no desemprego. De acordo com a Bloomberg, as notícias de encerramentos de lojas físicas chegam por parte de retalhistas de “todos os espectros de preço”, nomeadamente a Payless e a Ralph Lauren, que vai fechar uma das suas mais icónicas localizações – a loja da Quinta Avenida, em Nova Iorque.
A publicação fala ainda da Rue21 Inc., retalhista de moda para jovens, que deverá declarar falência ainda este mês. Noel Hebert, analista na Bloomberg, refere que “esta é uma indústria ainda à procura de respostas. Não sei quantos centros comerciais é que conseguirão reinventar-se.”
De acordo com o analista, existem centenas de centros comerciais com milhares de metros quadrados neste momento por preencher, sobretudo graças aos encerramentos que têm vindo a adensar-se nos últimos anos. Para além disso, 10% do espaço de retalho dos EUA, poderá ter que fechar nos próximos anos ou ser convertido para outras utilizações.
Por detrás desta dinâmica de encerramentos está também o facto de muitas destas empresas de retalho estarem a tentar ‘reaparecer’ como retalhistas online. Mas de acordo com a Bloomberg, o e-commerce não será solução para todas, já que terão que enfrentar o gigante Amazon.
Em 2016, a Amazon foi responsável por 53% do crescimento das vendas em e-commerce, com a restante indústria a partilhar os restantes 47%. Oliver Chen, analista da Cowen & Co, refere em declarações à publicação que o segredo está no “foco nos consumidores”. “A gestão precisa de fixar-se na rapidez das entregas, na rapidez da supply chain e em ser capaz de ler e reagir às novas tendências emergentes”.