A passar por um PER (Plano Especial de Recuperação), o Gato Preto, cadeia de móveis e decoração, tem 300 credores que reclamam um total de aproximadamente 50 milhões de euros.
Segundo o noticiado pelo jornal ECO, entre as entidades que reclamam valores em dívida estão trabalhadores, bancos e fornecedores, mas também a Aquinos, empresa que detinha o Gato Preto e que reclama a maior fatia de dívidas.
Com forte quebra em vendas durante os últimos anos e prejuízos de 15 milhões de euros em 2024, a cadeia de origem portuguesa, que empregava aproximadamente 240 trabalhadores em 2024, tem dívidas aos bancos na ordem dos 12 milhões de euros (Novo Banco, BPI, Caixa, BCP e BBVA).
O Grupo Aquino, dono da marca, reclama 26 milhões de euros, sobretudo por fornecimento de bens e serviços, mas também por um empréstimo acionista de 1,7 milhões de euros.
Os centos comerciais onde o Gato Preto tinha espaços comerciais também estão no processo, com o Alegro Setúbal a reclamar 75 mil euros, o ArrábidaShopping 30 mil e o Colombo 7 mil.
Já os trabalhadores estão em maior número, mas correspondem à menor parcela de créditos reclamados, na ordem dos 1,6 milhões.
Com 39 lojas de retalho, das quais 31 em Portugal e oito em Espanha, o Gato Preto justificou o PER com as “pressões económicas e financeiras”, sendo que há três anos que a marca enfrenta agudos desafios financeiros com quebra de faturação. A título de exemplo, explica o jornal ECO, a faturação caiu para metade desde 2022, atingindo os 21,3 milhões de euros no ano passado, contra os 40,2 milhões há três anos.

D.R.
