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Dados APED: Em 2014 vendas no retalho caíram 1%

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O volume de vendas no retalho alimentar e não alimentar em Portugal foi de 18 937 milhões de euros em 2014, uma quebra de 1% face ao período homólogo. Os dados foram revelados hoje numa conferência realizada pela APED, que deu a conhecer o Barómetro de Vendas do ano anterior e que considerou o ano de 2014 “difícil”.

O retalho alimentar foi o que mais perdeu, obtendo um volume de negócios de 10 829 milhões de euros em 2014, uma diminuição de 1,2%. Ana Isabel Trigo Morais, diretora-geral da APED, atribui esta quebra à deflação registada nos produtos alimentares.

 

O retalho alimentar viu o preço médio cair 0,6% em 2014, com os atos de compra a diminuírem também cerca de 4,5%, assim como os gastos por ato de compra, que diminuíram 1% no ano passado, uma vez que “as pessoas ainda estão numa perspetiva de contenção”, segundo a diretora-geral da APED.

Retalho não alimentar com perdas “mais atenuadas”

 

O retalho não alimentar não foi muito diferente, mas ainda assim conseguiu perdas “mais atenuadas” face ao ano anterior, segundo a APED. O volume de negócios foi de 8 108 milhões de euros, uma queda de 0,7% que a associação entende que pode explicar-se sobretudo “pela diminuição no volume de vendas dos combustíveis (-4,4%) e do vestuário (-4,1%).

E num ano em que “o consumo foi impulsionado, sobretudo, pelo preço”, houve também um grande crescimento, de 36,7%, na atividade promocional, que é cada vez mais diversa nos seus formatos: bónus pack, banded pack, price cut, brinde, multicompra, cartões de fidelização.

 

No que diz respeito à quota de mercado por canal de distribuição, em 2014, os canais que mais cresceram foram os hipers (0,7%) e os supers (0,9%). Os discounters, por sua vez, perderam 0,6 pontos percentuais.

Os dados indicam ainda que a quota de mercado das MDD em 2014 foi de 34,6%, uma quebra de 2,3% face ao período homólogo, enquanto as marcas de fabricante (MdF) continuam a ganhar terreno, com um crescimento homólogo de 2,3%. Ana Isabel Trigo Morais considera esta tendência “interessante” e explica que as MdF têm investido em promoções e no ajuste da oferta.

 

Por categoria de produtos, os perecíveis foram os que mais perderam quota de mercado, cerca de 0,8%, o que, segundo Ana Isabel Trigo Morais, “não é normal”, mas “pode justificar-se com o impacto do embargo russo aos produtos perecíveis”, o que levou os produtores europeus a ficarem com um excesso de produto ’em mãos’ tendo em conta a procura.

A área de informática registou um aumento no volume de vendas de 2,6% para 595 milhões de euros, enquanto a área de fotografia foi o único segmento dentro dos bens de equipamento que caiu no ano passado, recuando 3,2% para 74 milhões de euros.

Na área de entretenimento e papelaria, as vendas caíram 1,4% para 309 milhões de euros. Já o entretenimento viu as suas vendas perderem 2,9% para 270 milhões de euros, enquanto as vendas de papelaria subiram 9,9% para 39 milhões de euros. Ainda na área não alimentar, as vendas de medicamentos não sujeito a receita médica subiram 0,8% para 482 milhões de euros.

O barómetro de vendas da APED mostra também que as vendas de televisões subiram 8,2%, as de auscultadores caíram 0,6% e as de câmaras de vídeo aumentaram 27%, fenómeno que parece explicar-se “com a tendência das action cameras”, que renderam ao setor 9771 milhões de euros em vendas.

Nos pequenos eletrodomésticos, os preparadores de alimentos, aspiradores e ferros foram os produtos mais importantes no segmento, enquanto nos equipamentos de telecomunicações os destaques são, à semelhança dos últimos anos, os smartphones, com um crescimento de 52,3%, e os acessórios para smartphones e tablets, que cresceram 25,9%, ultrapassando já as vendas de telemóveis que em 2014 caíram 34,8%.

No entretenimento, as vendas de livros caíram 0,2%, as de software baixaram 11,4% e as consolas de jogos cresceram 16%.

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