A APED emitiu esta quinta-feira um longo comunicado onde sai em defesa do setor da distribuição depois de também hoje António Costa Silva, ministro da Economia, ter, em conferência de imprensa, dito que iria ser inflexível com todas as situações anómalas.
À imprensa, o ministro com a tutela da pasta da Economia e do Mar, afirmou que “o Governo desenvolveu uma estratégia e está a trabalhar em seis dimensões”, afirmando que o executivo respeita “os operadores económicos, mas também respeitamos muito os direitos dos consumidores”.
“Estamos a equacionar todas as opções, inclusive mais musculadas, mas queremos tomar medidas na posse da devida informação” , afirmou aos jornalistas, lembrando não estar, nesta fase, a pensar em medidas como a fixação administrativa de preços.
Costa e Silva já tinha afirmado que numa altura em que a inflação dá indicações de estar a descer, não se entendia o aumento do preço dos alimentos, sobretudo porque também o preço de energia e fertilizantes estavam a descer: “Isto contrasta, em absoluto, com o que se passa a nível dos preços dos bens alimentares”, afirmou.
Face a isto, a APED, Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, defende que “é preciso falar verdade aos portugueses e explicar com clareza todos os fatores que levam ao aumento de preços dos alimentos”.
“A realidade vivida no nosso País assenta num conjunto de fatores relacionados com a produção, a indústria e transporte. Ao colocar em perspetiva a realidade destes três elos da cadeia de distribuição obtém-se uma explicação para o aumento do custo dos produtos, que é refletido no preço que a Distribuição apresenta ao consumidor”, refere a APED.
Num outro ponto, a Associação lamenta não ter sido ouvida num relatório produzido pela ASAE, lembrando que o “setor da Distribuição tem vindo a colaborar com a ASAE desde sempre, mantendo uma relação de colaboração institucional, com o foco sempre no consumidor”.
Reiterando que o retalho e distribuição estão “sempre do lado da solução e não engana os consumidores”, afirmando mesmo que “o sector do retalho alimentar não aumentou as margens de comercialização e reinventou-se para absorver o acréscimo generalizados dos custos operacionais”, a APED defende que só assim foi possível evitar que o “ónus da inflação em geral para o consumidor fosse muito superior”.
Relembre-se que, esta quinta-feira, António Costa Silva anunciou ainda que, desde o segundo semestre do ano passado, a ASAE realizou mais de 960 ações de fiscalização, sendo que a partir da presente data se iria iniciar uma nova operação, em todo o país, com as suas 38 brigadas.