O setor de retalho revelou um bom desempenho nos primeiros cinco meses do ano 2019, com o índice de volume de negócios a manter um crescimento homólogo sustentado, mês após mês, face a 2018, revela a última análise da Cushman & Wakefield (C&W). Entre janeiro e maio, esse índice terá evoluído em média 5,6% comparativamente aos 4,4% observados no setor alimentar.
No primeiro semestre de 2019 foram registados pela C&W mais de 350 negócios de ocupação, um crescimento de 39% em comparação com o mesmo período em 2018. O comércio de rua contínua a ser a estrela do setor, congregando 71% das operações registadas contra 20% em centros comerciais. O seu protagonismo justifica-se não só pelo ressurgimento deste tipo de comércio como uma alternativa viável à expansão dos retalhistas, mas retrata igualmente a escassez de espaço disponível nos principais centros comerciais, que mantêm uma performance positiva e em linha com a evolução do setor.
Em termos de atividades, o setor dos Restaurantes & Cafés foi o mais dinâmico, representando 53% dos arrendamentos, seguido pelos segmentos Moda e Lazer & Cultura, cada um responsável por 11% dos negócios observados. O dinamismo notório da atividade turística justifica este peso muito significativo do setor da restauração.
Após um ano recorde em 2018, com 3.000 milhões de euros transacionados só em imobiliário comercial, 2019 revela uma atividade de investimento menos dinâmica, registando, ainda assim, volumes muito superiores às médias da última década. No primeiro semestre do ano foram identificadas cerca de 30 operações de investimento em imobiliário comercial, totalizando um volume que se aproxima dos 1.100 milhões de euros.
O setor de retalho atraiu 31% do capital investido, protagonizando o segundo maior negócio do ano, a venda do LeiriaShopping pelo Sierra Portugal Fund à REEF por 128 milhões de euros. Os ativos de escritórios captaram 25% do volume de investimento e testemunharam a terceira maior operação do semestre, a venda do portfolio do Art’s Business Centre e Torre Fernão Magalhães, por parte da Credit Suisse à Merlin Properties por 112,5 milhões de euros.
Este cenário leva Marta Costa, partner e head of Research da Cushman & Wakefield, a concluir que “o mercado deverá manter o dinamismo verificado em 2018, tanto em termos de atividade ocupacional como de investimento. Relativamente a este último, ainda que até à data os volumes transacionados sejam inferiores a igual período do ano passado, é expetável que 2019 registe um volume de investimento em imobiliário comercial equivalente ao de 2018. De acordo com as nossas previsões, as transações que se encontram neste momento em negociação, e que têm uma probabilidade elevada de fecho até ao final do ano, totalizam cerca de €2.000 milhões. A continuada diversificação do nosso mercado é denotada também em 2019 pelos setores de atividade mais dinâmicos, com o setor hoteleiro a captar pela primeira vez o maior volume de capital.”