Nunca o fator Portugalidade representou tanto para o país. Este fator reforçou-se em termos de comunicação para a distribuição e para o consumidor?
O Fator portugalidade é um fator que está sempre latente na mente do consumidor e que em tempos de crise e/ou reforço da dinâmica coletiva, ganha mais força junto do consumidor. Por outro lado, para corresponder à expectativa dos consumidores, a distribuição lança programas de apoio e reforço da ligação com os fornecedores de produtos nacionais. Assim, cria-se uma dinâmica à volta da portugalidade e da de apoio à produção nacional com a qual todos se identificam e contribuem. Felizmente a produção nacional tantos em termos de variedade como de qualidade já apresenta excelentes propostas, é só uma questão de definir prioridades . E a portugalidade em geral e a produção nacional em particular é uma das prioridades na ordem do dia!
Com as quebras na exportação e importação, o produto nacional ganhou ainda mais peso. Estão as marcas a corresponder às necessidades?
A quebra das exportações e o fecho de alguns mercados e procura internacional obrigaram os produtores e as marcas nacionais a olhar para o mercado interno de outra forma e a reorganizar e redefinir produção. Estamos a ver muitos exemplos de produtores nacionais que com a quebra de encomendas internacionais e a falta de alguns produtos no mercado doméstico redefiniram a sua forma de trabalhar e a sua linha de produtos para corresponder ao aumento da procura interna por outro tipo de produtos. Penso que não nível alimentar sobretudo está a ser feito uma grande esforço nesse sentido e como em todos os momentos de crise as empresas reinventam-se e origina ondas muito interessantes de criatividade e novos negócios de uma forma muito rápida, como os serviços de entrega, lojas online, aplicações de ajuda… empresas e marcas que provavelmente há 2 meses atras nunca tinham pensado em implementar estas soluções ou pelo menos não faziam parte das suas prioridades.
Que estratégias estão pensadas para o futuro próximo?
Falando especificamente no sector onde estamos inseridos que é a higiene e beleza, é um sector que infelizmente, sobretudo na grande distribuição, não há muita oferta nacional. Existem algumas marcas emblemáticas que ressurgiram ultimamente com um novo “Fôlego” mas não há um sector nacional estruturado, organizado , como temos por exemplo no calçado, bebidas, etc…A qualidade de produção neste sector é excelente, falta-lhe capacidade de produção em massa . A nossa marca Soft & Co, nascida em 2017 e estando presente na grande distribuição com toda a sua linha de produtos, é um orgulho para nós pois a aceitação do trade e dos consumidores tem sido excelente e temos tidos muitos inputs que nos tem permitido inovar pela via das necessidades de mercado e desafios do consumidor português. A nossa estratégia passa pela inovação, melhoria das formulas (toda a nossa linha é agora Vegan) e do packaging (nomeadamente ao nível da sustentabilidade) e da promoção interna mas também externa. Já andamos a trabalhar nisso.