Um grupo de investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra desenvolveu uma molécula natural que pode vir a substituir o estireno, um derivado do petróleo largamente utilizado nas indústrias naval, automóvel, das embalagens e do vestuário.
O desenvolvimento desta nova molécula ‘verde’ acaba de ser anunciado na capa da revista científica ‘Green Chemistry’ e é uma descoberta há muito desejada pela comunidade científica. De acordo com os autores do estudo, “há muito que a comunidade científica estuda uma alternativa ao estireno, um composto considerado tóxico e bastante nocivo para o ambiente e para o ser humano, tendo sido classificado como agente carcinogénico. Até aqui, as tentativas de substituição do estireno não se mostraram satisfatórias, essencialmente por não assegurarem as melhores propriedades do material final”.
Os cientistas nacionais explicam ainda que a nova molécula tem como base o “sobrerol, um composto de estrutura cíclica, que pode ser obtido a partir da transformação de materiais extraídos da resina do pinheiro”. Segundo Ana Fonseca, uma das investigadoras envolvidas no estudo, a preparação do sobrerol envolve também a utilização de dióxido de carbono (CO2) como matéria-prima, “sendo uma importante mais-valia sob o ponto de vista ambiental”.
Numa nota enviada às redações, a Universidade de Coimbra defende que esta descoberta terá grande impacto na indústria, dado que o estireno é dos compostos mais usados, com previsões de crescimento do seu consumo de 4,9% entre 2018 e 2023.