A Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC), responsável por mais de 75% dos operadores económicos da indústria dos produtos transformados e 70% do volume de abate, reforça que as empresas do setor não têm poupado esforços para manter a segurança e a distribuição alimentar.
Para enfrentar a situação de forma eficiente, as empresas implementaram várias estratégias, como medir a temperatura de todos os trabalhadores à entrada das unidades de produção e imposição do distanciamento social nos espaços de refeição. Além disso, os procedimentos de rigor de qualidade e de segurança dos produtos, bem como os controlos oficiais continuam a ser realizados com normalidade.
“Na indústria, o uso de máscaras, toucas, luvas e desinfetantes já era uma prática antes da crise de saúde pública, pelo que, neste momento, as empresas reforçaram os seus pontos de higienização nas unidades de produção, apesar de, muitas vezes, terem de recorrer a compras de equipamento de proteção individual mais dispendiosas devido à escassez no mercado”, refere Carlos Ruivo, presidente da APIC.
Como consequência, tem-se registado um aumento dos custos de produção e, ao mesmo tempo, uma quebra das vendas em determinados produtos, especialmente nos de valor elevado por quilo: “neste momento, as pequenas e médias empresas são as mais afetadas com quebras de vendas e de produção até 80%. Contudo, apesar destas dificuldades, de forma geral, a indústria continua a distribuir os produtos sem aumento de preços. Poderá haver algumas exceções, mas a grande maioria das empresas está a agir de forma correta, tendo o cuidado de não se aproveitarem da situação de crise”, explica Carlos Ruivo.
A evolução do setor depender do desenvolvimento da economia, mas tem-se verificado uma redução nas vendas, principalmente, para os setores da restauração e hotelaria.